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‘Curta’ portuguesa selecionada para festival ‘à moda antiga’

O filme “Hunting Day”, realizado pelo português Alberto Seixas, está entre os 25 selecionados para a competição Straight 8, com base em Londres, dedicada a curtas-metragens em formato super 8 (película).

“Hunting Day” foi rodado num único dia e usa apenas uma bobine de filme, o que o limita no tempo a cerca de três minutos, imposição da organização de um festival que recebeu, este ano, perto de duas centenas de produções, de 26 países diferentes, e que decorrerá ‘online’.

A única obra portuguesa escolhida, nas 25 melhores, retrata o “percurso de um homem errante”, explica à Lusa o realizador.

Rodado na sua terra natal, Celorico de Basto, a ideia surgiu primeiro pelo formato, “por ser com película”, algo com que Alberto Seixas nunca tinha trabalhado, e depois pelo “prazer de experimentar” uma ideia de competição tão específica: “uma bobine, sem cortes, por isso, no máximo três minutos e 20, a história teria de caber naquele tempo”.

Um “drama pessoal numa paisagem rural”, o que diz desviar-se do cenário urbano ou pitoresco habitual nesta competição, o ator João Marçal contracena com uma segunda personagem, Carlos Ramalhão, que surge no filme apenas em ‘voz off’, numa produção rodada num só dia de agosto de 2019.

“Isto foi uma ideia um pouco inspirada em algumas coisas relacionadas com a minha terra natal, como dramas familiares e percursos errantes, figuras normalmente masculinas que aqui adaptei a um formato mais dramático e curto”, resume.

Apesar de ter sido escolhido entre os melhores filmes por um júri que inclui o diretor de fotografia Robbie Ryan e o realizador Asif Kapadia, a pandemia de covid-19 não só adiou a divulgação dos resultados como gorou os planos de uma estreia presencial, em Londres, e o “contacto com outros autores e a organização”, que isso traria para o realizador nascido em 1993.

“Nestes circuitos, a ideia seria convidar os realizadores, eventualmente ir alguma equipa técnica [à estreia], seria um momento muito interessante. (…) A pandemia retirou-nos a oportunidade de contacto presencial com outros autores e organizadores”, lamentou o realizador.

A trabalhar com uma equipa técnica de duas pessoas e a experimentar película pela primeira vez, não o preocupava tanto “se a história era boa ou não”, mas antes “o enorme risco de, no fim do processo, ao digitalizar a bobine, ela estar a negro”, devido à condição “permeável” do formato.

Após a estreia mundial através da Internet, no sítio ‘online’ do Straight 8, Alberto Seixas quer “tentar que o filme circule por festivais”, ainda que o formato muito específico da ‘curta’ torne esse trabalho mais complexo.

Para a frente, está em fase de investigação de nova curta metragem documental, que quer ter concluída no início de 2021, voltando ao género após se ter estreado na realização com “Um Homem Não É Um Homem Só” (2018), premiado com um Prémio Sophia Estudante e outras distinções.

A trabalhar no Porto, atualmente, na área do cinema, Alberto Seixas estudou Ciências da Comunicação e Cinema Documental.

Dirigiu “Um Homem Não é Um Homem Só”, ‘curta’ documental de 2018, com que venceu o Prémio Sophia Estudante, da Academia Portuguesa de Cinema, para melhor curta-metragem em documentário, o prémio de melhor ‘curt’ do 3in1 Film Festival e uma menção honrosa para melhor primeira obra no Shortcutz Ovar.

Colaborou com os realizadores Steve Harrison, Morag Brennan, Eddy Joseph e Ana Luísa Oliveira em diferentes funções. Trabalhou como editor, assistente de som e em outras funções de produção em filmes de Anna Azevedo e de Margarida Paiva.

#portugalpositivo

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