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Cuidados descontinuados: da série “tenho em mim todos os males do mundo”

© DR

Tenho estado internado numa Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) em Riba d’Ave, numa parceria com o SNS, por consequência de uma operação a um joelho no Hospital Senhora da Oliveira, Guimarães (HSOG).

Há dias chegou uma ambulância das Ambulâncias Montezelo (AM), empresa privada que trabalha em exclusividade há vários anos com o HSOG, para uma “consulta de pós-operatório de ortopedia” naquele hospital. Apesar de me encontrar de cadeira de rodas e “ser habitual um funcionário da UCCI acompanhar um doente”, estou autónomo e ficou estabelecido que ia sozinho desde que me deixassem e buscassem junto da Consulta Externa de Ortopedia. 

O motorista das AM apresentou-se sozinho e assim que me viu em cadeira de rodas diz que sozinho não me levava. A UCCI não pôde disponibilizar um funcionário para me acompanhar e o motorista persistiu que não me levava “porque se chegasse em cima ou depois da hora, o transporte não era pago”; ainda que eu fosse informado que me vinham buscar antes uma hora, o senhor apresentou-se faltavam cerca de 30 minutos.

Nada agilizou nada nem ninguém e o motorista foi mesmo embora sem mim. Era uma “consulta de pós-operatório” – logo não uma consulta qualquer. As AM prestam serviço permanente há muitos anos ao HSOG onde parqueia, o que é passível de se prestar a vícios com a esfera hospitalar, porque tiques destes já as AM tiveram comigo neste meu périplo de internamentos e transferências. São arbitrariedades – “leis que mudam todos os dias” como me disse num outro transporte uma motorista.

A UCCI não está isenta de responsabilidades, já o HSOG tem muita responsabilidade, sobretudo porque este tipo de falhas são recorrentes e eu mesmo o ano passado também experienciei algumas vezes, porque as AM apresentam apenas um indivíduo para todo o tipo de transporte, seja ou não de maca e por isso fui transportado mais que uma vez com os sacos dos meus pertences – canadianas e tudo – em cima de mim. E o HSOG sabe a esmo disto, tem que agir. As AM não devem apresentar-se a concurso público, porque para o ganhar apresentam um orçamento mais barato, em conluio, logo deficitário.

Mário Adão Magalhães

(Não pratico deliberadamente o chamado Acordo Ortográfico).

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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