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Covid-19 aumenta desigualdades no ensino, alerta Vaticano

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O Vaticano alertou, numa mensagem dirigida a alunos e professores de todo o mundo, para o aumento das desigualdades no ensino, durante o período de confinamento provocado pela pandemia de covid-19. “Em todos os lugares, foram feitos esforços para garantir uma resposta rápida por meio de plataformas digitais de educação à distância, cuja eficácia foi condicionada por uma marcada disparidade de oportunidades educacionais e tecnológicas”, assinala a Congregação para a Educação Católica.

O organismo do Vaticano enviou uma circular às escolas, universidades e instituições educacionais, intitulada ‘Colocar no centro a relação com a pessoa concreta e real’, divulgada na edição desta quinta-feira do jornal ‘L’Osservatore Romano’.

O Vaticano considera que o ensino à distância tem limitações, apesar de ser “necessário neste momento extremamente crítico”, destacando a importância de um ambiente educativo composto por pessoas que se encontram, interagindo diretamente e “em presença”.

“O processo de crescimento psicopedagógico não se pode realizar sem o encontro com os outros e a presença do outro faz nascer as condições necessárias para que a criatividade e a inclusão floresçam”, indica o documento.

Segundo alguns dados recentes fornecidos por agências internacionais, citados no documento, “cerca de dez milhões de crianças não terão acesso à educação nos próximos anos, aumentando a lacuna educacional já existente”.

“A educação é uma oportunidade extraordinária para relançar a vida social e cultural de todas as sociedades, e é o melhor investimento para construir o futuro, formando as novas gerações”, sublinha a mensagem, assinada pelo prefeito da congregação, cardeal Giuseppe Versaldi, e pelo secretário, D. Angelo Vincenzo Zani.

A Santa Sé alerta ainda para a “situação dramática das escolas e universidades católicas” que, sem o apoio económico do Estado, “correm o risco de fechar ou de redimensionamento radical”.

A carta destaca o impacto da Covid-19, que deixou muitos “assustados e perdidos”.

“Os sistemas educativos em todo o mundo sofreram com a pandemia, tanto no âmbito escolar quanto académico”, pode ler-se.

O texto pede uma aposta na formação de professores e educadores, destacando o seu trabalho na criação de um “espírito de fraternidade e partilha não apenas com os alunos, mas também entre gerações, religiões e culturas”.

O Vaticano convida todos a “unir esforços numa ampla aliança educacional para formar pessoas amadurecidas”, visando “uma humanidade mais fraterna”.

A Congregação para a Educação Católica manifesta “profundo apreço” a todas as comunidades educativas das instituições escolares e universitárias católicas que, apesar da emergência sanitária, “garantiram o desempenho das suas atividades”.

“É hora de olhar para frente com coragem e esperança”, aponta o organismo da Cúria Romana.

 

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