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Convergir corresponde à ética da responsabilidade democrática

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O Orçamento do Estado Suplementar aprovado, na generalidade, na Assembleia da República é um passo fundamental para estabilizar e fortalecer os tecidos vitais da sociedade, da economia e do Estado e para chegarmos mais coesos e mais solidários à fase da recuperação, com a firme expectativa de podermos contar com a solidariedade mais robusta da União Europeia.

A força de vontade e a conduta dos portugueses, reforçada pelo exemplo de cooperação entre a Presidência da República, a Assembleia da República, o governo, os partidos políticos e a concertação com as autoridades de saúde e com as instituições do País têm permitido resultados positivos no combate à epidemia. Porém, não é tempo ainda de levantar a guarda. Devido a esta concertação de esforços tem sido possível garantir a resposta do Serviço Nacional de Saúde, ter confiança no futuro e mitigar os efeitos da crise nos fundamentos económicos, sociais e políticos do País.

No entanto, temos vivido e vamos viver momentos ainda muito difíceis. Vencemos a fase mais crítica da emergência, queremos vencer a fase do desconfinamento e trabalhar para vencer a crise económica e social.

O saudável escrutínio democrático do Parlamento, que importa enaltecer, não deve, em circunstância alguma, diminuir o valor do percurso feito por todos para enfrentarmos a crise pandémica e para, agora, darmos resposta a uma grave crise económica e social.

As portuguesas e os portugueses, que preferem a ponderação, o equilíbrio e a previsibilidade ao radicalismo e à instabilidade, reconhecem e valorizam o esforço de convergência política entre todas as forças políticas.

O Programa de Estabilização Económica e Social visa apoiar uma parte do esforço, ainda duradouro, das famílias, das empresas e das instituições, num período de transição entre a fase da emergência e a fase da recuperação económica e social. O orçamento suplementar é instrumental para a sua execução e a sua aprovação final deve continuar a merecer consensos.

Pela frente, temos tempos muito difíceis. A Comissão Europeia prevê uma quebra muito significativa na atividade económica mundial, com efeitos muito nocivos nos principais parceiros comerciais do nosso País. Em Portugal, a quebra significativa na economia terá efeitos graves no desemprego, na pobreza e nas desigualdades. Contudo, as previsões para 2021 apontam já para uma recuperação em vários indicadores do crescimento.

Só a continuidade do sentido de responsabilidade individual e coletivo em termos de saúde pública, conjugado com o forte compromisso de cooperação entre as forças políticas, económicas e sociais, permitirá encarar o futuro com um prudente otimismo.

Convergir, neste momento, não é um ato de heroísmo, corresponde à ética da responsabilidade democrática. Colocar entropias no caminho de combate a esta crise ou atuar com tacticismos será incompreensível aos olhos dos cidadãos.

 

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