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Comunidade tenta impedir saída do cônsul de Toronto

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A associação portuguesa Casa do Alentejo de Toronto apresentou uma petição, enviada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, para que o atual cônsul-geral permaneça no posto consular daquela cidade canadiana.

“A Casa do Alentejo de Toronto encetou um abaixo-assinado como primeira associação dando voz a um descontentamento geral da comunidade, depois de ser público que o Sr. cônsul-geral de Portugal em Toronto, Manitoba e Nunavut, Dr. José Manuel Carneiro Mendes, irá cessar funções neste posto consular”, refere o documento, a que a agência Lusa teve acesso.

A carta, enviada por correio eletrónico no dia 10 de agosto de 2022, dirigida ao secretário de Estado das Comunidades, Paulo Cafôfo, é assinada pelo presidente da Casa do Alentejo de Toronto, Jaime Nascimento, pelo conselheiro diretivo, Carlos de Sousa, por António Rocha, sócio fundador, e por Laurentino Esteves, relações públicas da associação.

Os dirigentes realçam que o cônsul-geral tem tido uma postura “acima da média” pela proximidade ao movimento associativo, pela participação ativa nas iniciativas da comunidade e pelo entusiasmo demonstrado no pouco tempo que está no Canadá “em tempos extremamente difíceis”.

“Por estes motivos e muito mais, entendemos que as Comunidades Portuguesas, na jurisdição deste consulado geral, ficam a perder um grande diplomata e amigo das mesmas”, frisam.

Também no dia 03 de agosto, a associação enviou uma carta semelhante dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho, pedindo ao governante que “pondere a saída prematura do diplomata”.

“Durante uma crise pandémica mundial, com uma permanente escassez de recursos e ainda por cima com uma eventual massa laboral pouco qualificada, cremos ser tarefa bem mais difícil de concretizar. Acreditamos que não houve ainda tempo hábil ao sr. cônsul para implementar mudanças ou novas diretrizes para o funcionamento mais efetivo do consulado”, sublinham.

Nesse sentido os dirigentes desejam que este “seja um momento de profunda reflexão e reconsideração” porque têm a certeza que o “cônsul gosta da estar em Toronto”.

A petição assinada por cerca de meia centena de individualidades, onde aparecem, desde dirigentes associativos, empresários, a representantes de órgãos de comunicação social comunitária.

A acompanhar os documentos, encontram-se ainda duas cartas, da deputada federal canadiana Julie Dzerowicz e de o vice-presidente do Município de Brampton, Martin Medeiros, pedindo ao MNE que reconsidere a “saída do cônsul-geral de Toronto”.

Em resposta à Lusa, o MNE justifica que o conselheiro da embaixada de Portugal, José Carneiro Mendes, atingiu em maio de 2021 “o limite de idade estabelecido no Estatuto de Carreira Diplomática, tendo nessa data transitado para o regime de disponibilidade, com exoneração do cargo de Cônsul-Geral de Portugal em Toronto”.

“De forma a assegurar as necessidades do posto, o diplomata em apreço foi nomeado, nos termos do referido Estatuto, de forma temporária e transitória, para o desempenho de missão extraordinária de serviço diplomático. O termo desta missão no Consulado-Geral de Portugal em Toronto está previsto para o final deste mês de setembro. Em outubro iniciará funções, em Toronto, uma nova Cônsul-Geral”, conclui a nota.

O diplomata ocupa o cargo de cônsul-geral de Portugal em Toronto, desde agosto de 2020.

Durante o verão o consulado-geral de Portugal em Toronto teve os seus serviços encerrados ao público durante de três semanas, devido à falta de pessoal, na sequência do falecimento repentino do chanceler, que até agora ainda não foi substituído.

Entretanto o MNE reforçou os serviços do posto consular com três novos tarefeiros (a recibos verdes), com acesso limitado aos serviços e sistema (palavras passe). 

Chegou também a Toronto, em agosto, temporariamente uma técnica superior para regularizar a conta de gerência.

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