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10 de Junho: comemorações começam com homenagem a vítimas de incêndios

© lusa

O Presidente da República prestou homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, numa cerimónia que marcou o início das comemorações do Dia de Portugal, após o hastear da bandeira nacional, no concelho Pedrógão Grande.

A bandeira nacional foi hasteada, simbolicamente, no memorial às vítimas dos incêndios de 2017, projetado pelo arquiteto Eduardo Souto Moura, junto à Estrada Nacional 236-1, onde foi encontrada a maioria das pessoas que morreram no incêndio que deflagrou em junho de 2017 em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria.

A seguir, o chefe de Estado e comandante supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa, depositou uma coroa de flores no monumento onde estão inscritos os nomes das 115 vítimas mortais dos incêndios de junho e de outubro de 2017, em memória das quais se cumpriu um minuto de silêncio.

Além do Presidente da República, estavam presentes, entre outros, o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general José Nunes da Fonseca, os chefes dos três ramos militares e os presidentes das câmaras municipais de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

No local estavam também a presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, Dina Duarte, e Rui Rosinha, bombeiro que ficou gravemente ferido nesse incêndio.

A cerimónia de homenagem aos mortos incluiu uma curta intervenção do patriarca de Lisboa e administrador apostólico da Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança, Rui Valério, que pediu “paz a todos os que choram” a morte de familiares e amigos e “saúde e força” para todos os que combatem as chamas, “neste dia de memória, de gratidão, de esperança”.

Antes, ouviu-se o toque de silêncio e o toque de homenagem aos mortos, pela Banda de Música da Força Aérea. Houve também um sobrevoo de homenagem por uma esquadrilha de aeronaves F-16.

Algumas dezenas de pessoas vieram assistir à cerimónia, entre elas Ondulina, habitante ali mesmo de Pobrais, aldeia onde houve 11 mortos no incêndio de 17 de junho de 2017, que contou à agência Lusa que visita frequentemente este monumento: “Venho cá muita vez, ler ao menos os nomes das pessoas”.

Fernando Tomé, chefe dos Bombeiros de Castanheira de Pera, que ficou ferido nesse incêndio, juntamente com um filho, também bombeiro, veio acompanhado pela mulher, filhos, noras e neta.

Na sua opinião, é positiva esta homenagem, “lembraram-se aqui do povo, do que se passou aqui e das vítimas que faleceram e das que ficaram a sofrer”.

No entanto, quanto ao que foi feito desde 2017, referiu que houve “algumas limpezas” nas bermas da estrada, mas considerou que “não chega” e que “a floresta em si precisava de outra limpeza mais profunda”.

Segundo Fernando Tomé, “a qualquer momento pode acontecer o mesmo, já não com tanta gravidade, mas pode acontecer”.

Neste ano, o Presidente da República decidiu assinalar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas em três concelhos do distrito de Leiria afetados pelos incêndios de 2017: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera.

As comemorações oficiais do 10 de Junho, que se iniciam em dia de eleições para o Parlamento Europeu, irão passar ainda pela Universidade de Coimbra, onde terá lugar a cerimónia inaugural das celebrações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, na segunda-feira.

Depois, entre terça e quarta-feira, irão estender-se à Suíça, com a participação também do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O incêndio que deflagrou em 17 de junho de 2017 em Pedrógão Grande e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, destruiu meio milhar de casas e 50 empresas.

Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região centro fizeram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.

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