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Cientistas portugueses apostam na prevenção do risco de demência

© DR

Um programa científico para prevenir o risco de demência em pessoas com mais de 60 anos está a ser desenvolvido por uma equipa de investigação multidisciplinar, coordenada pela Universidade de Coimbra (UC).

O projeto, denominador “REMINDER”, pretende “prevenir o declínio cognitivo e promover a saúde do cérebro com recurso a estratégias que potenciem a mudança de estilos de vida e a flexibilidade cognitiva e emocional”, frisou a UC, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

Citada na nota, a coordenadora do projeto, Ana Rita Silva, explicou que o programa contempla “não apenas a monitorização de fatores de risco (como controlo da hipertensão, diabetes, estímulo à prática de atividade física, ou treino cognitivo), mas também a prevenção de fatores de risco psicossociais, como são a depressão, a ansiedade ou o isolamento social”.

Ainda de acordo com a investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), a abordagem integrada do “REMINDER” vai potenciar o treino de competências pessoais e sociais para a regulação emocional e foco atencional, o treino cognitivo e de desenvolvimento pessoal, a gestão de objetivos e a terapia de reminiscência, com a recuperação guiada de memórias positivas”.

O programa é composto por 20 sessões em grupos de oito pessoas, ao longo de 10 semanas e as atividades a desenvolver assentam em cinco estratégias: aprender sobre a saúde do cérebro, exercitar a memória e outras funções mentais vitais e modificar as rotinas diárias com a utilização de métodos compensatórios, como agendas e lembretes.

As duas estratégias restantes passam pela melhoria das “interações sociais com significado” (atividades que promovam a socialização e o sentido de pertença) e a adoção de estilos de vida “protetores e a flexibilidade cognitiva e emocional, para uma vida mais saudável, física e mentalmente”, refere o comunicado.

Nesta fase de desenvolvimento, para perceber a sua viabilidade, o “REMINDER” está a ser testado por um grupo de 20 pessoas “entre os 60 e os 75 anos, maioritariamente de Coimbra, que apresentam queixas de memória ou problemas de saúde que podem ter impactos na saúde do cérebro, por serem conhecidos fatores de risco para a demência, como hipertensão, diabetes e obesidade”, contextualizou Ana Rita Silva.

Acrescentou que apesar do programa ainda estar nas sessões iniciais de desenvolvimento, os níveis de adesão “têm sido acima da média face a estudos similares noutros países, e o interesse em aprender estratégias para promover a saúde do cérebro e prevenir o esquecimento e a perda de funcionalidade têm sido destacados pela maioria dos participantes” como os principais motivos para a sua participação”, adiantou a investigadora.

De seguida, a equipa científica – que integra outros investigadores da FPCEUC, das faculdades de Ciência e Tecnologia e de Medicina da UC e das universidades da Madeira e Beira Interior, com a colaboração de universidades seniores e da APRe! – Associação de Aposentados, Pensionistas e Reformados – pretende alargar o “REMINDER” a outras regiões do país “com características importantes do ponto de vista do risco acrescido para a demência”.

Concretamente “zonas predominantemente rurais e zonas com predominância de população sénior, com escolaridade inferior ao 9.º ano”, entre outras, observou a coordenadora do projeto.

Para tal e neste momento, a participação no programa “está aberta a qualquer cidadão a partir dos 60 anos, sem problemas cognitivos significativos, mas que já apresente algum tipo de queixas de memória”, que pode aceder a esta ligação e formalizar a sua inscrição.

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