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Cesário reforça consulado em Newark

© José Cesário

 O consulado-geral de Portugal em Newark será reforçado com três novos funcionários, anunciou à Lusa o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, justificando a contratação com o atendimento “muito aquém” do desejado.

De acordo com Cesário, a situação nesse posto consular nos Estados Unidos é “muito grave”, devido à grande dificuldade enfrentada pela comunidade para conseguir agendar a sua ida ao Consulado.

Em entrevista à Lusa em Nova Iorque, o secretário de Estado apontava para a existência de casos “problemáticos” de atendimento consular em solo norte-americano.

“Evoluiu-se um pouco aqui nos Estados Unidos e temos já a situação bastante mais estabilizada do que estava, embora ainda tenhamos alguns casos complicados. O caso mais grave é nitidamente Newark, neste momento”, frisou.

“O Consulado já está a atender – ou pelo menos a tentar atender – quem chega, quem aparece, mas ainda estamos aquém daquilo que as pessoas desejam. Muito aquém”, observou.

Face a esse cenário, o secretário de Estado anunciou que estão já abertos os concursos para a admissão de três novos funcionários, além de garantir que já foram substituídos “todos os equipamentos informáticos”.

“Vamos ter, a seguir, de tratar dos equipamentos de recolha de dados biométricos. (…) Mas eu sinto, pelos contactos que tenho com a população, que a população ainda está muito descontente, sobretudo, repito, naquela área”, afirmou.

“Noutras áreas já encontrei os postos com mais capacidade de atendimento”, assegurou ainda.

Numa visita aos Estados Unidos, onde se reuniu com comunidades portuguesas que residem e trabalham em Boston, Providence, New Bedford, Nova Iorque, Mineola e Newark, José Cesário reuniu-se ainda com autoridades locais e com conselheiros das Comunidades Portuguesas (CCP), entre eles Paulo Pereira, que é também ‘mayor’ da vila norte-americana de Mineola e que tem no reforço do ensino do português uma das suas prioridades.

Em novembro passado, em plena campanha para as eleições do CCP, alguns membros da comunidade portuguesa nos Estados Unidos acusaram o Governo de considerar os emigrantes, “especialmente os que estão fora da Europa, como portugueses de segunda, em todos os aspetos”.

Questionado pela Lusa sobre este sentimento, José Cesário disse que é “real” e defendeu que a solução passa por uma maior proximidade dos políticos com as pessoas.

“Essa questão de alguma discriminação, falemos assim, não é só relativamente à Europa, é até mais em relação a Portugal. O modo como por vezes Portugal, as suas mais variadas instituições, se relacionam com o cidadão português que está fora, seja ele emigrante ou não”, admitiu.

“Efetivamente, vai havendo sempre algumas queixas, isso é cíclico. Há aqui uma questão de fundo que é: nós para atenuarmos, para esbatermos estas queixas, os membros do poder político têm de estar próximos das pessoas e por isso é que eu estou a desenvolver este programa intenso de contactos com variadíssimas comunidades”, explicou.

O secretário de Estado indicou as deslocações que fez ao Brasil, Cabo Verde, Venezuela, França, Suíça, Luxemburgo, Canadá e Estados Unidos como exemplo dessa proximidade que procura ter com as comunidades.

“Portanto, a questão da proximidade, da disponibilidade dos políticos para trabalharem com as pessoas, para ouvirem as pessoas, para ouvirem os seus problemas é absolutamente determinante para esbater esse afastamento, essa separação. E quando eu digo os políticos, falo todos, desde o Presidente da República até ao poder local”, reforçou.

Entre os temas que abordou nesta sua deslocação a solo norte-americano, além dos problemas em torno dos postos consulares, Cesário apontou o ensino do português e a concessão de apoio a várias associações de natureza “cultural, recreativa e social”.

José Cesário participou ainda nas celebrações do Dia de Portugal, tendo notado “as comunidades muito mobilizadas” e “ativas” nessas comemorações, embora destacando “alguma falta de participação de lusodescendentes e gente mais nova”.

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