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CCP nos Estados Unidos quer mudanças

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Os candidatos ao Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) nos Estados Unidos querem ter um maior peso junto do Governo português e ver uma modernização do cargo, que pode ser usado para servir melhor as necessidades das comunidades luso-americanas. 

“Apesar de não ser perfeito, e de ter um papel meramente ‘consultivo’, a necessitar de reforma, o cargo de conselheiro do Conselho das Comunidades Portuguesas é uma forma prática de estabelecer uma linha de comunicação bidirecional entre o eleitorado e o Governo”, disse à Lusa o candidato ao lugar na área consular de Washington D.C., Mário Francisco da Costa Ferreira, conhecido como Frank Ferreira. 

“Com os rápidos avanços tecnológicos, espero modernizar e maximizar esta posição”, sublinhou, “fazendo uma maior utilização dos meios de comunicação social para unir as comunidades dentro da área consular de Washington, inicialmente, e em todo o território dos EUA, eventualmente”. 

Sob o mote “Portugueses Unidos”, o candidato da Lista A mencionou a necessidade de melhorar a divulgação de informação atempada, a recolha de dados em tempo real e a facilidade de acesso à cabina de voto. 

O CCP, órgão consultivo do Governo para as políticas relativas às comunidades portuguesas no estrangeiro, tem sete assentos reservados para os conselheiros nos Estados Unidos: um em Washington, um na Califórnia (São Francisco), um na Florida (Miami e Orlando), dois em Massachusetts e Rhode Island (New Bedford, Boston e Providence) e dois em Newark e Nova Iorque. 

As eleições estão marcadas para 26 de novembro. 

Na Florida, a Lista A é encabeçada por Manuel Pinto Pereira Viegas, que se recandidata ao lugar e é conhecido como ‘Manny’ Viegas. Natural de Parada de Gonta, Viseu, é um reconhecido dinamizador da comunidade portuguesa local e tem um palmarés de distinções ao longo de décadas. Foi um dos apoiantes da petição “Português para Todos”.

“A razão por que me recandidatei foi para servir e defender os portugueses”, disse à Lusa Manny Viegas, afirmando que a comunidade tem sido desprezada pelos governantes e que os emigrantes só são ouvidos em visitas pontuais. 

No círculo eleitoral de Newark e Nova Iorque duas listas concorrem à eleição, com António Mira a encabeçar a ‘Lista A’, denominada “Comunidade Em Movimento”; e Paulo Pereira a ‘Lista B’.

À Lusa, António Mira disse que “muito pouco foi feito até agora”, avaliando que os emigrantes, “especialmente os que estão fora da Europa, são considerados pelo Governo como portugueses de segunda, em todos os aspetos”.

“Alguns serviços nos consulados melhoraram de facto, mas pouco foi feito. Não é que os conselheiros não tenham lutado por isso, porque lutaram, mas o Governo, como sempre, voltou-lhes as costas”, disse, acrescentando que a abertura de concursos públicos para quadros dos consulados é uma “prioridade”.

Há muitos anos envolvido com os assuntos das comunidades, António Mira quer agora ajudar as comunidades de uma forma mais ativa “nos problemas do dia-a-dia”.

Por sua vez, Paulo Pereira disse à Lusa que a sua carreira de três décadas como professor nos Estados Unidos, assim como o cargo de ‘mayor’ que ocupa na vila norte-americana de Mineola, o preparam para representar a comunidade junto do Governo português.

Paulo Pereira considera o ensino do português fundamental, pelo que lutará para que o Governo forneça todas as ferramentas para que o ensino da língua, história e cultura portuguesas continue a ser feito, nomeadamente com “apoio de professores, materiais e formação”.

Também o “voto eletrónico, a simplificação das formas de votação e a melhoria dos serviços consulares” nos Estados Unidos integram as suas prioridades, considerando que a sua lista é a que está mais bem preparada para fazer a diferença junto das autoridades portuguesas.

Também duas listas disputam o círculo eleitoral de Boston, New Bedford e Providence: a Lista A, liderada por Paulo Martins; e a Lista B, liderada por Márcia Sousa.

Numa nota encaminhada à Lusa, Paulo Martins, que concorre pela segunda vez após oito anos como conselheiro, indicou que “ainda há muito trabalho a fazer pelas comunidades portuguesas”, em especial na região de Nova Inglaterra.

Entre as suas prioridades para o próximo mandato estão um maior envolvimento cívico e politico por parte das comunidades, defendendo a implementação do voto eletrónico descentralizado; melhoria dos serviços consulares, com um atendimento “sem listas de espera”; ou a criação de legislação que permita o apoio financeiro aos órgãos de comunicação social das comunidades.

Já Márcia Sousa concorre ao CCP quer dar voz às comunidades, tanto nas suas necessidades, quanto para exaltar o trabalho conseguido em prol de uma elevação de Portugal.

Com uma aposta nas novas gerações, para lhes incutir o “gosto e a vontade de trabalharem por um bem comum”, Márcia Sousa quer assumir a responsabilidade de estar atenta à comunidade e a tudo o que implica os cidadãos portugueses e lusodescendentes, estando disponível para “acolher a comunidade e ser a porta-voz da mesma junto das entidades portuguesas governamentais”.

Na Califórnia, o dentista reformado Manuel da Silva Bettencourt candidata-se pelo círculo de São Francisco, um lugar anteriormente ocupado por Nelson Ponta-Garça. 

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