Caso Mondego: defesa dos militares lamenta postura de Gouveia e Melo
A defesa dos 13 militares que se recusaram a embarcar no NRP Mondego considerou que o processo disciplinar na Marinha está “ferido de morte”, acusando o chefe do Estado-Maior da Armada de uma atitude “prepotente e discriminatória”.
“Quando a autoridade de recurso, em termos disciplinares, toma publicamente uma posição, evidentemente (…) esse processo disciplinar está ferido de morte, porque nenhum oficial da Marinha se vai atrever a contrariar, nas suas conclusões desse processo disciplinar, as conclusões que o senhor almirante já avançou”, disse o advogado Garcia Pereira, que representa os 13 militares.
À entrada para as instalações da Polícia Judiciária Militar em Lisboa, próximo do edifício sede do ministério da Defesa, Garcia Pereira criticou a posição pública assumida pelo Chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo, sobre o caso Mondego, e destacou que existe em Portugal o “princípio da presunção da inocência”, afirmando que “as coisas têm de ser feitas com regras”.
Para o advogado dos 13 militares, que começaram hoje a ser ouvidos pela PJM, “é intolerável” que “homens que se orgulham da farda que envergam, que têm uma folha de serviços distintos” e que tiveram “um louvor rasgado” devido à sua dedicação ao serviço, tenham sido “tratados de forma miserável, com uma atitude prepotente, discriminatória, vexatória e humilhante pelo responsável máximo da Marinha”.
“Isso não passa em claro e ao menos os advogados têm não só o direito como o dever de não pôr o joelho em terra perante violações da lei e da Constituição como essa”, vincou.