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Cântico de uma indiana grávida

Ó ervas que coroais o chão dos meus passos,
Ó árvores que estendeis vossos
magnânimos braços adornados de folhas
e úberes de frutos,
Ó pedras dos muros, das casas, dos caminhos, das pontes e dos templos,
Ó aves que às almas ofertais as melodias das cítaras que tangeis em vossas fauces,
Ó insectos que zumbis os cálidos sinos das vossas asas,
Ó sol, ó céu, ó vento, ó águas das fontes,
ó mês de Maio,
Ó vós, homens e mulheres da minha aldeia,
Não imaginais o caudal de júbilo que flui por todo o meu ser e toda a minha alma,
Um milagre mais caudaloso do que o Ganges.
Todos os meus sentidos estão exultantes, comovidos,
De tão intumescidos de felicidade, querem dançar, querem cantar.
Ó jasmins, desatai em odorantíssimas flores e espalhai-as sobre esta alegria –
Foi-me dada a maior e mais sagrada das bênçãos:
Sob este coração radiante e festivo, bem no seio do meu ventre,
Sacrário que a natureza me deu, tenho uma flor de lótus a florescer.
Vou ter um filho! Vou ter um filho!

 

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