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Cabo Verde: remessas são ato solidário, diz presidente

O Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, classificou como um “compromisso de solidariedade” o aumento das remessas enviadas no primeiro semestre pelos emigrantes para o arquipélago, apesar da crise económica provocada pela covid-19. Numa mensagem que colocou na sua conta oficial na rede social Facebook, Jorge Carlos Fonseca reconhece que este crescimento surge “num contexto tão difícil como o atual, que se caracteriza pela perda do emprego nos países de acolhimento”.

“Deve ser também compreendido como um compromisso de solidariedade para com os familiares que por aqui ficaram e exprime o quão apurado é o espírito de altruísmo do cabo-verdiano. Apesar das adversidades, é capaz de abdicar de uma poupança para a sua estabilidade e segurança e repartir com familiares e amigos o que lhe resta”, lê-se na mensagem.

A posição surge após os números noticiados pela Lusa na terça-feira, referindo que as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago aumentaram 13,5% no primeiro semestre do ano, face a 2019, para o equivalente a 480 mil euros por dia, segundo cálculos com base num relatório do banco central.

De acordo com um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), com dados do primeiro semestre de 2020, a que a Lusa teve acesso, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 9.681 milhões de escudos (87,5 milhões de euros).

Este valor compara com os quase 8.531 milhões de escudos (77,1 milhões de euros) de remessas enviadas para Cabo Verde pelos emigrantes nos primeiros seis meses de 2019, segundo dados anteriores do BCV.

“Na verdade, é reconfortante verificar que, mesmo perante dificuldades, o cabo-verdiano que vive fora do seu país de origem se lembra do torrão natal e partilha do sofrimento e das dificuldades que padecem os que por aqui ficaram. O aumento das transferências dos emigrantes para os seus familiares confirma a importância do contributo das nossas comunidades no exterior na resolução de problemas sociais e no reforço dos laços que os unem ao povo e às ilhas que os viram nascer”, assumiu ainda o chefe de Estado, na mensagem.

Apesar do crescimento nos primeiros seis meses, do primeiro para o segundo trimestre de 2020 registou-se uma quebra de 8,5% no envio de remessas, que passaram de um total superior a 5.055 milhões de escudos (45,7 milhões de euros) de janeiro a março, para 4.626 milhões de escudos (41,8 milhões de euros) de abril a junho.

O valor mensal mais baixo em vários anos registou-se mesmo em abril, pico do confinamento internacional devido à pandemia de covid-19, com apenas 1.177 milhões de escudos (10,6 milhões de euros) em remessas enviadas pelos emigrantes para Cabo Verde.

Cabo Verde conta com cerca de 500 mil habitantes no arquipélago e mais de um milhão na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.

Os emigrantes cabo-verdianos enviaram um novo recorde de remessas para o país em 2019, acima de 180 milhões de euros, quase 30% desde Portugal, segundo dados anteriores do BCV.

Os cabo-verdianos em Portugal enviaram 5.679 milhões de escudos (51,5 milhões de euros) em remessas em 2019, um crescimento de 6,7% face ao ano anterior.

Em 2019, globalmente, as remessas dos emigrantes cabo-verdianos cresceram 8,1%, para num novo máximo, de 19.900 milhões de escudos (180,2 milhões de euros).

Em todo o ano de 2018, as remessas cabo-verdianas ultrapassaram os 19.195 milhões de escudos (173,3 milhões de escudos), uma subida de 6% face a 2017, com Portugal a liderar, com 5.675 milhões de escudos (51,2 milhões de euros).

 

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