A recolha de lixo em Paris, interrompida com a greve contra o sistema de pensões, que foi suspensa há cinco dias, voltou ao normal, tendo sido removida a quase totalidade dos resíduos acumulados nas ruas da capital francesa.
“A atividade [de recolha de resíduos] está gradualmente a voltar ao normal”, escreveu no Twitter a câmara de Paris.
O lixo empilhado nas ruas de Paris, devido à greve dos trabalhadores da recolha de resíduos, atingiu metros de altura, sendo as imagens divulgadas pela imprensa internacional, acompanhas de acusações de inação à autarca socialista Anne Hidalgo.
Mas o executivo parisiense sublinhou que a acumulação de lixo estava sobretudo ligada ao bloqueio dos três locais de incineração nos subúrbios, e não à recolha.
A CGT, o maior sindicato do setor em Paris, na quarta-feira, no 23.º dia de greve, anunciou a suspensão da greve por falta de um número suficiente de grevistas após três semanas de protesto.
Nesse dia, a recolha do lixo continuava com perturbações em Paris, com o volume total de resíduos não recolhidos a rondar as 7.000 toneladas, segundo a autarquia da capital francesa.
A polícia parisiense obrigou, com recurso a vias legais, contingentes de funcionários municipais a trabalhar e enviou unidades antimotim para abrir as garagens dos camiões de lixo e desocupar os três incineradores de lixo na região de Paris que estavam bloqueados.
O motivo da greve é a nova lei das aposentações – aprovada com recurso a uma disposição constitucional para fazer passar o texto sem votação parlamentar – aumenta de 62 para 64 anos a idade de reforma sem penalizações financeiras em França.
O lixo acumulado nas ruas de Paris chegou a ser usado por manifestantes para atear fogos na via pública durante os protestos.