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Aos deuses romanos e gregos: “ide-vos catar!”

“A minha caravela? Ela balança, mas não pára.”

Luís Vaz de Camões 

Os historiadores, destacam muito o império romano, ou o império grego, que era apinhado de intelectuais que só cuspiam uns bitaites para o ar em vez de tirar a seira da cadeira. Descartam a nação valente, o grande império português. Os portugueses foram um grande império a partir do século XV de grande força e inteligência. 

Os portugueses, infelizmente, foram e são das nações mais desconsideradas historicamente. Mas, por favor, alguém que pare com esta pouca-vergonha! Já dizia a minha avozinha, “Olha filhinha nós organizamos a festa, mandamos os foguetes e no fim ainda tivemos de apanhar as canas!”. Haja paciência! Então nós abrimos as portas ao mundo, mudamos o destaque da cena do oriente para o ocidente e os outros é que ganham a fama de ser valentes e inovadores?  

Bem, começo desde já a contar um bocado da história do que nós – portugueses – fizemos, mas não vou contar tudo, os meus caros leitores que pesquisem o resto.

Os portugueses mudaram o mundo com as grandes navegações. No século XV, o conhecimento que temos do mundo hoje não existia, as pessoas acreditavam que ao chegar à linha do horizonte caíam num abismo e que existiam criaturas monstruosas e cruéis no mar que engoliam barcos e tudo. Os portugueses, sempre na suspeita, inventaram a caravela e fizeram-se ao mar, assim à malucos, sem mapas ou coisa parecida. Podemos comparar isso ao que o Elon Musk está agora, nos nossos dias a fazer, a mandar-se para o espaço e dizem que o homem é doido varrido. 

Os portugueses inventaram a caravela, o galeão e a carraca, o que proporcionou que outras nações, como a Espanha, fizessem as suas próprias navegações. Por exemplo, Colombo descobriu a América numa caravela portuguesa. Os portugueses inventaram os primeiros mapas náuticos, descobriram a navegação pelas estrelas, que é a base do GPS nos nossos dias, e estudamos a influência das marés e muitas outras coisas mais que incluíam matemática, ciências e outras cenas difíceis. 

Infelizmente, nos dias correntes, os supostos “Justiceiros da História”, só destacam o lado mau das navegações, o que é muito triste. Porque, por exemplo, é verdade que os portugueses começaram o grande comércio de escravos, e isso é muito mau, mas fomos o primeiro país no mundo a abolir a escravatura!

É importante, por isso, começar a estudar o nosso passado no presente para melhorar o futuro. Sempre fomos uma nação que gosta de estar à frente, de progredir, mas infelizmente a nossa fraqueza é a falta de confiança nas nossas capacidades e falta de autoestima. Andamos sempre naquela base de que o que vem de fora é que é bom e só quando saímos é que começamos a dar valor ao que temos em Portugal. 

Por falar em navegações, sabiam que foram os portugueses a inventar os barcos com canhões laterais? As caravelas passaram assim a ser máquinas de guerra em mar aberto. No século XV, tornamos o impossível, possível: quando todas as nações diziam que era impossível fazer a rota do caminho marítimo para a Índia, nós acreditamos cegamente que era possível! Fomos lá e fizemos acontecer e abrimos uma nova visão do mundo. Os gregos diziam que a terra era redonda, os portugueses provaram que a terra era redonda. Existe uma clara diferença entre dizer e fazer algo. Os holandeses e ingleses tornaram-se grandes impérios porque os portugueses deram-lhes a papinha toda feita. 

Em 1509, éramos a marinha mais forte do mundo, ninguém se “metia” connosco. Nesse ano aconteceu uma batalha épica. O filho de Francisco de Almeida, vice-rei de Portugal, foi designado para uma cidade na Índia. Entretanto, foi assassinado num conflito armado. Sabendo disso, o vice-rei ficou desolado com a notícia. Depois de algumas investigações encontrou o culpado da morte do filho e escreveu uma carta que dizia o seguinte: “Prezado Melique Aiares, estou a escrever-vos esta carta para avisar que você e os seus homens devem-se preparar para a batalha, pois eu estou a caminho para atacar a cidade. O objetivo é matar-vos a todos e destruir a vossa cidade. Com isso, preparem-se para quando eu chegar à vossa cidade vos possais defender. Você matou o frango agora vai ter de comer o galo!” (Gostei da pinta do vice-rei, que em palavras de hoje em dia disse ao fulano, prepara-te, chama lá os teus amigos que ides levar no focinho, mas vai ser à grande!).

O governador indiano tentou de todas as formas negociar com o português, – ou seja, borradinho de medo até ao pescoço tentou livrar-se da valente cagada que fez -, mas sem sucesso. O indiano só viu a solução em fazer uma tríplice aliança com alguns povos muçulmanos para o ajudar na defesa. A verdade é que nada disso lhe valeu: Francisco de Almeida, destruiu toda a cidade e ainda todos os exércitos, vencendo a maior frota que alguma vez tinha existido até então. Será que essa batalha se limitou a uma mera vingança familiar? Não, porque foi a partir desse ano que todo o império oriental entrou em colapso, deixando a Ásia de ser o centro do mundo passando a ser então a Europa. 

Essas viagens marítimas eram cheias de imprevistos. Quando corria bem, a comida a bordo das caravelas era suficiente, mas se surgia um imprevisto os tripulantes passavam fome. O principal alimento era o biscoito, que muitas das vezes era contaminado pelo mofo e pela humidade. O vinho tinto era um elemento obrigatório a bordo, e a água era reservada em grandes pipos, sendo muitas vezes contaminada, igualmente, por bactérias que provocavam febres e diarreias a estes homens. A expressão “posso-me borrar todo, mas ei-de lá chegar!” começa a fazer sentido. Por isso, é de muito mau gosto deixar passar por alto ou apagar os feitos destes homens. 

Por exemplo, toda a gente se gaba de visitar o Machu Pichu, no México, mas ninguém condena ou destrói os grandes templos que eram usados para sacrifícios humanos. Toda a gente se gaba de que já foi ao Egito ver as grandes pirâmides de Gizé, mas, não salientam que elas foram construídas debaixo do sangue e suor de escravos. Toda a gente gosta de futebol, mas, ninguém condena ou vai deixar de assistir ao grande mundial do Qatar por causa da escravatura que lá está a acontecer com a construção de grandes estádios e hotéis. 

Por isso tudo, ide-vos lixar manifestantes justiceiros filhos de uma tia manca, que querem “reescrever” a história e apagar os feitos dos portugueses. “Ai porque houve muita maldade na colonização!”, mas depois têm coragem de se sentar num café a emborcar finos e a comer tremoços a ver o Ronaldo jogar no grande mundial do Qatar. Ide-vos catar!

Não me enervo mais hoje, meia palavra para bom entendedor basta, estudem! 

Receita de Biscoitos de Marinheiro: 

Ingredientes:

2 xícaras (260 g) de farinha.

1 xícara (240 ml) de água.

2 colheres de chá (10 g) de sal.  

Confeção: 

Pré-aqueça o forno a 190 °C;

Ponha duas xícaras de farinha branca em um vasilhame;

Adicione uma xícara de água;

Faça uma bola com a massa;

Abra a massa até ela ficar com 0,5 cm de espessura;

Corte a massa em quadrados de 7,5 cm x 7,5 cm;

Fure a massa uniformemente em linha reta;

Distribua os biscoitos em uma assadeira a assar por 30 minutos;

Depois de frios guarde os biscoitos num sítio bem protegidos e estes podem durar anos. 

Dévora Cortinhal

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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