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António Costa: empenho de Montenegro na eleição demonstra qualidade da democracia

© FILIPE AMORIM / LUSA

O presidente do Conselho Europeu indigitado, António Costa, considerou hoje que o empenhamento do atual primeiro-ministro na sua eleição traduz uma “marca de qualidade” da democracia portuguesa e afirmou esperar valorizar Portugal no exercício das suas funções.

António Costa falava aos jornalistas antes de um almoço de trabalho com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na residência oficial de São Bento, quatro dias depois de ter sido eleito presidente do Conselho Europeu.

“Agradeço ao primeiro-ministro [Luís Montenegro] e ao Governo português não só o apoio, como o empenho, para que a eleição tivesse sido possível. Sei bem o esforço que o primeiro-ministro fez para mobilizar o conjunto dos apoios, não só no PPE [Partido Popular Europeu], mas também no Conselho Europeu. Uma marca da qualidade nossa democracia neste ano que celebramos os 50 anos do 25 de Abril”, defendeu o anterior líder do executivo.

António Costa afirmou, depois, que o seu agradecimento “é extensivo ao ministro dos Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel] e à diplomacia portuguesa pelo empenho que tiveram e pelo trabalho que foi feito”.

“Sei bem que sempre que um português desempenha funções no exterior, quaisquer que elas sejam, é uma forma de valorizar o nosso país. E é isso que quero fazer e poder corresponder”, declarou o ex-primeiro-ministro.

Neste ponto, António Costa afirmou que pretende seguir a atitude dos cidadãos das comunidades emigrantes, ou o exemplo dos responsáveis políticos que no passado ou no presente, exerceram ou exercem funções institucionais.

Na quinta-feira à noite, o ex-primeiro-ministro português Costa foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio e toma posse em 01 de dezembro deste ano.

António Costa será o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu, e vai suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia.

Primeiro-ministro de Portugal entre novembro de 2015 e abril de 2024, António Costa chefiou três governos, o último dos quais (2022/2024) com maioria absoluta do PS no parlamento. Demitiu-se das funções de primeiro-ministro em 07 de novembro de 2023, depois de a Procuradoria-Geral da República, através de um comunicado, ter referido que estava a ser investigado no âmbito da chamada Operação Influencer.

Em 24 de maio passado, o ex-primeiro-ministro socialista, a seu pedido, foi ouvido pelo Ministério Público no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), sem que tenha sido constituído arguido no processo.

No Conselho Europeu de quinta-feira, os líderes dos 27 Estados-membros propuseram também Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Ambas terão de sujeitar-se à votação no Parlamento Europeu.

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