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Alemanha quer evitar que Europa se feche “em conchas”

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A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, defende que os países europeus devem agir com uma “ampla visão do mundo”, em vez de se limitarem à “ordem de paz europeia” ou se fecharem em conchas.

Numa aparente alusão a afirmações recentes do Presidente francês, Emmanuel Macron, sobre a Europa não alinhar em “crises que não são as suas”, Baerbock disse que os europeus não devem ficar fechados nas suas conchas.

“Nós, europeus, (…) não nos devemos retirar para dentro das nossas conchas, não nos devemos limitar a defender a ordem de paz europeia”, disse Baerbock, citada pela agência francesa AFP.

Baerbock, que está no Japão para uma reunião do G7 em que se falou sobre as crescentes tensões sobre Taiwan, exortou os europeus a “agir de forma soberana e autónoma com uma visão ampla do mundo”.

Macron causou recentemente controvérsia no regresso de uma visita à China, quando afirmou que a Europa não deveria ser apanhada em “crises que não são as suas”.

O Presidente francês disse também que a Europa não se deve alinhar com os Estados Unidos ou a China no caso de uma disputa sobre Taiwan.

A Ucrânia e China são os temas principais da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, a que se junta a União Europeia).

O G7 não quer colocar “países na posição de terem de escolher ‘connosco ou contra nós’”, assegurou Baerbock numa conferencia de imprensa.

“Ninguém no mundo quer um novo confronto entre blocos”, disse ainda, apelando para a “cooperação baseada em regras justas”, especialmente com a China.

Antes de viajar para o Japão, Baerbock esteve em Pequim, onde foi muito firme na questão taiwanesa, descrevendo a possibilidade de uma escalada militar no Estreito de Taiwan como “um cenário de catástrofe para todo o mundo”.

Pequim considera Taiwan como uma província rebelde desde o fim da guerra civil chinesa em 1949, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do território da China.

A ilha, atualmente com 23 milhões de habitantes, vive autonomamente desde então, mas a China reclama a soberania e ameaça tomá-la pela força se declarar a independência.

Os Estados Unidos são o principal aliado e fornecedor de armas de Taiwan.

A reunião dos chefes da diplomacia do G7 está a decorrer, até terça-feira, em Karuizawa, uma estância de montanha a noroeste de Tóquio.

O Japão é o país anfitrião da reunião por exercer a presidência rotativa do G7.

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, cancelou a participação na reunião por ter sido diagnosticado com covid-19.

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