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Aceleradora norte-americana aposta no mercado lusófono

A aceleradora norte-americana The Venture City abriu escritório em São Paulo e está à procura de startups com ideias inovadoras no Brasil, disse à Lusa o novo responsável pelo mercado das Américas, Ricardo Sangion.

A abertura a negócios em português está inserida numa estratégia de crescimento em toda a América Latina, com uma startup do Uruguai e outra do México prestes a entrarem no programa da aceleradora sediada em Miami, Flórida.

“Não temos uma meta pré-estabelecida por região, o que importa é a boa ideia”, afirmou o responsável, “mas conheço bastante o mercado brasileiro e temos expectativa grande de que vamos conseguir agora trazer bastantes startups brasileiras”.

Ricardo Sangion, ex-diretor do Pinterest e do Facebook na América Latina, vai fazer um trabalho de “mapeamento do ecossistema” com participação em eventos, visita a locais de co-working e encontros em várias cidades no Brasil, de São Paulo e Rio de Janeiro a Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife.

“O mesmo trabalho será feito em Buenos Aires, Medellín, Bogotá, Santiago”, disse, em coordenação com Rosa Jiménez Cano, diretora de relações de ecossistema da organização baseada em Miami.

Neste momento, está em curso a aceleração da primeira ‘startup’ portuguesa do programa, Tonic App, através do escritório em Madrid. A aceleradora selecionou 16 startups em 2018 e este ano pretende chegar às 50, em todos os mercados.

O foco da The Venture City, que investe 100 mil dólares em troca de 6% do capital das empresas, é “em startups que desenvolvem software”. Ricardo Sangion referiu que há especial interesse em “fintech, marketplaces e facilitações de partilha”, por exemplo, aplicações para mobilidade urbana ou para encontrar um serviço.

Também entram nas contas tecnologias como blockchain, inteligência artificial, saúde e “EdTech”, tecnologia para educação.

O modelo de seleção das startups é “totalmente personalizado”, avançou o executivo, podendo ser feito em qualquer momento do ano porque “”não existe esse método de seleção de um evento onde todos apresentam”, como é tradicional nos ‘demo days’.

“A principal diferença da The Venture City é que não trabalhamos com janelas de tempo”.

As ‘startups’ podem escolher o formato da aceleração, in loco em Miami ou Madrid ou de forma remota, após uma primeira semana presencial.

O programa dura seis meses e é dividido em dois blocos de três, para dar oportunidade de reajustes. “Existe uma estrutura mas adaptamos o programa ao vertical, ao momento da empresa e aos desafios que tem de crescimento”, argumentou Ricardo Sangion.

O modelo remoto foi criado porque “é um momento de stress para os fundadores” e a obrigação de deslocação para os Estados Unidos “seria uma disrupção negativa” que a aceleradora “tenta evitar”, salvo se os empreendedores quiserem fazer tudo no campus da The Venture City.

Ricardo Sangion foi responsável pelo crescimento do Facebook no Brasil e América Latina entre 2010 e 2013, altura em que trabalhou com a fundadora da The Venture City Laura González-Estéfani, que era ?country manager’ da rede social em Portugal e Espanha.

O executivo também passou pela Microsoft e foi depois responsável pelo Pinterest no Brasil, tendo trabalhado na sua expansão em toda a América Latina.

A The Venture City foi fundada em março de 2017.

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