Quando o vento te despir
E a neve te beijar
Quando o lume carpir
E a chuva te fustigar
Quando sentires o abandono
Das folhas que foram tuas
Quando acordares do sono
Das tristes e desertas ruas
Não desanimes, o Outono bateu a porta
E traz consigo a desolação
Não te abras! Finge que estás morta
E a tormenta passará então
Mas quando o Sol te aquecer
E os passarinhos então cantarem
Então ver-te-ei verde e feliz
E quem encontrar-me pudera
Sentado bem junto à tua raiz
Plantar a primavera.
José Valgode
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