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A força da União Europeia em 2021

O Programa de Trabalho da Comissão Europeia para 2021 é um instrumento central para um combate bem sucedido à crise sanitária, económica e social provocada pela pandemia de SARS-COV-19, para a recuperação económica da União Europeia e para a sua afirmação no mundo, que em apenas dez anos viveu duas crises de proporções dramáticas.

Mas ao contrário do que aconteceu com a crise económica e financeira iniciada em 2008, caracterizada pela falta de liquidez nas instituições bancárias, desta vez a União Europeia conseguiu dar uma resposta com múltiplas dimensões em tempo recorde, particularmente através do Plano de Recuperação e Resiliência NextGenerationEU.

A crise profunda acabou por funcionar como um catalisador para a União Europeia acelerar e intensificar a transformação digital, ambiental e social, reforçando a sua coesão perante a adversidade e perante o mundo, consolidando os valores que a orientam e formam a sua identidade e assim criando também condições mais sólidas para se projetar e afirmar num mundo que nos últimos anos foi marcado pelo enfraquecimento do multilateralismo, pelos egoísmos nacionais, por tensões e conflitos.

É isso que agora permite à União Europeia ter a ambição de “reforçar o papel mundial de âncora de responsabilidade, da estabilidade, da cooperação e da solidariedade enfrentando um número crescente de desafios, crises e conflitos”, através da mobilização de todos os seus instrumentos.

São estas linhas de orientação e estes valores que fazem da União Europeia uma entidade fundamental para criar um mundo mais estável, pacífico e justo. Basta pensar, por exemplo, que a União Europeia é o maior fornecedor de ajuda para o desenvolvimento. Ou que os sucessivos alargamentos a outros países têm sido fundamentais para muitos encontrarem o caminho para a consolidação da democracia e o progresso económico e social.  Ou ainda que os programas de ajuda humanitária têm sido um fator determinante para salvar dezenas de milhar de vidas.

Referência também para a revisão da Diretiva Proteção Consular, que é mais um sinal de solidariedade e cooperação entre os Estados-membros, através da proteção e apoio aos seus cidadãos em países terceiros, que se revelou crucial quando, no início da pandemia, sobretudo a partir de fevereiro, dezenas de milhares de europeus foram repatriados em voos conjuntos  da União Europeia devido ao cancelamento de voos ou ao encerramento de aeroportos.

“Durante o ano de 2021, a Comissão garantirá que a Europa desempenha o seu papel vital neste mundo frágil – seja liderando a resposta mundial para garantir uma vacina segura e acessível para todos ou reforçando o sistema multilateral global baseado em regras, bem como as parcerias bilaterais, regionais e mundiais”.

E é na sua ambição ética de tudo fazer para conseguir uma vacina segura e acessível para todos na Europa e fora dela, sem a preocupação de a utilizar como um instrumento de concorrência geopolítica, que mais uma vez a União Europeia demonstra como o seu papel é absolutamente indispensável para um mundo melhor, mais justo e solidário.

Paulo Pisco

Deputado do PS

 

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