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125 euros

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A prestação única de 125€ demonstra com clareza a falácia conceptual do Rendimento Básico Incondicional Universal. Nos próximos dias quem trabalha vai transferir os seus 125€ para o seu senhorio, para o dono do supermercado, para o dono de uma farmacêutica, para o passe social, e os donos dessas empresas vão acumular 5, 10, 100, 1.000, 10.000, 100.000 prestações de 125€ e a classe que trabalha vai ficar sem nenhuma, numa tristemente histórica transferência direta de capital público para os privados. 125€ x 5 milhões de habitantes são 625 milhões de euros. É mais que o orçamento para a cultura para o ano inteiro.

E se em vez de oferecermos uma percentagem assombrosa do orçamento do estado aos mais ricos, tivéssemos usado esse montante a construir habitação pública com rendas simbólicas, a fomentar a produção agrícola em Portugal permitindo alimentos mais baratos, a equipar hospitais, e se legislasse um limite aos lucros dos senhorios e do sector da distribuição alimentar e proibíssemos tornar a saúde num negócio? O custo para os contribuintes era o mesmo, mas os resultados muito diferentes.

É por isso que o partido de extrema-direita defende que esta prestação mensal se torne fixa. A unipessoal parlamentar do Rui Tavares deveria refletir sobre porque coincidem as suas posições.

Pedro Fernandes Duarte

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