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Votemos no Rato Mickey

Nos últimos dias, a política à portuguesa, não arranjou melhor motivo para encher páginas de jornais, que uma frase do Secretário-Geral do PS, António Costa, garantindo, perante uma plateia de investidores chineses, que hoje, Portugal está melhor.

Francamente, eu se estivesse no lugar dele, teria dito o mesmo, embora saiba que o país está pior e bem pior. Tratava-se de garantir investimento estrangeiro para Portugal que tanto dele precisa mas, em ano de eleições, a frase do líder do maior partido da oposição, foi imediatamente glosada nas redes sociais e nos discursos da maioria. O slogan era de que, a António Costa, tinha-lhe fugido a boca para a verdade.

Ora, a verdade, diz-nos que temos 600 mil desempregados, 300 mil emigrantes em pouco mais de três anos, mais de 20% de pobreza extrema, dívida pública a 128% do PIB. Urgências hospitalares em colapso, caos na Saúde, Educação, Justiça etc, etc. Taxa de crescimento “fabulosa” de 0,9%.

Parece, no entanto, que a memória dos portugueses está a ficar cada vez mais curta. Segundo as últimas sondagens, o PS está apenas dois pontos à frente da coligação PSD/CDS e ainda há alguma margem de manobra para o governo estender a demagogia a mais meia dúzia de medidas que deem a impressão de que estamos a sair da zona vermelha, pese embora, os puxões de orelhas de Bruxelas que chama a atenção para os valores enormes da dívida e para a situação de pobreza que está instalada em Portugal, por via da política de austeridade seguida há quatro anos, que gerou números alarmantes de desemprego.

É com este cenário que vamos partir para as eleições, cuja campanha, ainda que não declarada, já está em curso. E a dúvida instala-se na sociedade portuguesa, em quem votar? O governo, foi e está a ser a desgraça que se conhece. Mas, o PS não descola e perde terreno. Passos Coelho, em entrevista ao «Expresso», garantiu que vai lutar pela maioria absoluta. Alguém acredita? A verdade é que já esteve mais longe.

Quanto a António Costa, também pede aos portugueses uma maioria absoluta. Alguém acredita? Mas já esteve mais perto.

Esta é a questão. Muitos portugueses não têm em quem votar, para que o seu voto sirva para alguma coisa.

Como não temos um «Syriza», nem um «Podemos», nem uma Marie le Pen, olhem, votemos no rato Mickey.

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