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Vereador em Crawley pode tornar-se no primeiro ‘Mayor’ português no Reino Unido

O português Carlos Castro, vereador na cidade de Crawley, no sul de Londres, poderá tornar-se no primeiro português a assumir as funções de ‘mayor’ no Reino Unido, depois de ter sido eleito vice-presidente de Câmara [‘deputy mayor’].

“Este cargo de ‘deputy mayor’ que assumi em 19 Maio dará entrada automática ao cargo de ‘mayor’ em 2018 se o ‘Labour’ [Partido Trabalhista] mantiver a maioria. Terei então o maior prazer da minha carreira política em representar Crawley como o primeiro português a assumir tal cargo no Reino Unido”, disse à agência Lusa.

Carlos Castro foi eleito para o novo posto na assembleia plenária da autarquia em 19 de maio, substituindo o irlandês Brian Quinn, que por sua vez foi promovido a ‘mayor’ após um ano nas funções de ‘deputy mayor’.

‘Mayor’ é um cargo nas autoridades locais [council] eleito entre os vereadores que tem essencialmente funções protocolares e de representação, mas sem influência na gestão executiva da autarquia, enquanto que o ‘deputy mayor’ tem como missão substituí-lo ou representá-lo na sua ausência.

“Como ‘deputy mayor’, este cargo é já de algum significado, assistindo o ‘mayor’ em cerimónias quando não está disponível”, explicou o lisboeta Carlos Castro, que vive no Reino Unido desde 2009.

Só nos últimos dois anos é que estes cargos foram ocupados por vereadores de origens estrangeiras.

No ano passado, o ‘mayor’ em Crawley, que este ano celebra 70 anos, foi Raj Sharma, de nacionalidade indiana, representando outra das comunidades que existem na cidade, situada cerca de 50 quilómetros a sul de Londres e com uma população superior a 100 mil pessoas.

Carlos Castro, eleito pelo partido Trabalhista em maio do ano passado, descreve Crawley como um local pacífico, onde “felizmente não houve grandes incidentes de crimes de ódio” após o referendo de 23 de junho de 2016 que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.

“Através deste cargo, espero dar ainda mais apoio e voz as famílias imigrantes residentes em Crawley. As mesmas que tenham sentido uma incerteza de que o Brexit possa trazer após as negociações nas quais todos sabemos que a [primeira-ministra] Theresa May não tem grande poder”, vincou.

O português quer, enquanto ‘deputy mayor’, “representar Crawley de uma maneira eficaz e real pelo que realmente é: um lugar de diferentes comunidades, que merecem viver em harmonia. Penso que esta oportunidade reforçará a comunidade portuguesa e todas as outras igualmente integradas”.

Funcionário num banco, entrou após encontrar dificuldades em encontrar habitação e escola para as três filhas quando se instalou em Crawley em 2013, onde se estima que residam cerca de 5.000 portugueses, tendo sido eleito após uma candidatura falhada em 2015.

“Tem sido uma ótima experiência e prazer a exercer tal função. Tenho tido oportunidades de conhecer vizinhos e amigos que doutra maneira não teria, alguns que só moravam metros da minha própria casa”, referiu.

Atualmente, Carlos Castro diz estar a “dar ‘o litro’, como se diz em português”, na campanha pelo candidato do ‘Labour’ Tim Lunnon para as eleições legislativas de 08 de junho, mas no horizonte estão já as autárquicas parciais de 2018.

Estas poderão ditar a sua ascensão ou não ao cargo de ‘mayor’, pois o partido Trabalhista poderá perder a atual maioria.

“No próximo ano haverão eleições locais em certas freguesias em Crawley. Isto poderá ter um grande impacto município, onde continuamos a manter a maioria ou perdemos controlo de mesmo”, vincou.

Carlos Castro é o segundo português a ser eleito ‘deputy mayor’, depois de Guilherme Rosa ter assumido as mesmas funções em Lambeth, autarquia na área de Londres, em abril.

Guilherme Rosa, também do partido Trabalhista, está a cumprir o último ano do mandato, tendo já anunciado que não se pretende recandidatar, o que inviabilizará a sua potencial eleição para ‘mayor’.

 

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