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Uma coisa à antiga – Parte 1

Quando era puto sempre estranhei o facto de irem de férias com mantimentos para mais de 3 meses, como se fossem para a selva e não houvesse civilização à volta. O dia de partida gerava discussões imensas entre o meu pai e a minha mãe, com saco e mais sacos, e outros sacos que apareciam do nada, e as batatas, e roupinha para o frio, e merenda! Confesso que o meu pai tinha toda a razão, mas os filhos estavam todos do lado da mãe, inclusivamente em coisas tão extravagantes como levar laranjas de Coimbra para o Algarve.

Realmente nesse dia o meu pai sofria, mas por outro lado dizia em voz alta muitas asneiras, e a minha mãe argumentava que na vida conjugal há que ter muita paciência, mas dizer asneirolas à frente dos meninos era demasiadamente grave! E é por isso que eu hoje sei imensas asneiras e às vezes até as aplico a despropósito.

Eu também não colaboro muito nessas coisas de início de férias para que tudo corra bem. Quando eu vivia na Maia, o meu pai tinha um Renault 16. O raio do carro tinha uma porta atrás que nunca abria e tal situação estranha já tinha sido verificada por mecânicos de meia tijela. Num dia em que íamos de férias, eu estava encostado à porta e quando o meu pai fez uma curva apertada, a merda da porta abriu-se e em virtude da força centrifuga, eu fui catapultado porta fora em direcção a uma pequena ribanceira. O facto de estar vivo depois desta aventura, foi algo que agradeci a alguém superior. E a parte curiosa foi de que apesar de ter apenas cinco anos, passei por excelente mecânico, afinal abri a porta que nunca ninguém conseguiu abrir.

Como a minha família é um bocado estranha, da parte da tarde fomos até uma praia e o meu irmão ia morrendo afogado! Nem sei muito bem porque é que nunca fomos retirados da guarda dos meus pais!

A minha mãe recorda-se desse dia como aquele em que ia perdendo dois filhos e isso irrita-me! Irrita-me porque seu tivesse “quinado” de manhã, certamente não iriam para a praia da parte da tarde! E daí não sei.

Eu vou continuar a escrever nos próximos dias as minhas férias do “antigamente”… se me apetecer.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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