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Um brutal aumento de impostos

Na teoria, o PS devolveria rendimentos às famílias, para estímulo do consumo, que asseguraria o crescimento da economia. Na prática, o Governo cobra em euros o que devolve em cêntimos, a economia quase estagnou e a dívida bate recordes. Mas engana com eficácia inaudita.

Portugal tem uma população de 10 315 549 pessoas, das quais 4 369 059 são trabalhadores, sendo 3 710 600 por conta de outrem e 658 450 funcionários públicos.

9 % dos contribuintes, aqueles que têm rendimentos acima de 30 001 euro/ano (parte significativa da classe média) pagam mais de 70 % da totalidade do IRS arrecadado pelo Estado. E destes, 1,1% dos contribuintes – os ricaços que a Esquerda abomina, desde que não estejam à frente da CGD – com rendimentos acima de 80 001 euro/ano, pagam o equivalente a 28,3 % do IRS.

Significa que a Esquerda faz o “remake” revolucionário dos “ricos que paguem a crise”, em cima de um pressuposto falso. Dividir os portugueses entre ricos e pobres, para promoção do conflito social que agrega a geringonça, é absolutamente imoral. E se há coisa que os socialistas não têm de fazer – incluídos os muito fascinados pelo ópio revolucionário de Mariana Mortágua – é “perder a vergonha de ir buscar a quem está a acumular”, porque há muito que o Estado perdeu a vergonha de ir buscar a todos muito mais do que devia. O OE 2017 não é exceção.

O Governo anunciou algumas medidas para a Função Pública, 15,07 % dos trabalhadores portugueses. Esquece todos os outros, a maioria de 84,03 % que dependem da iniciativa privada. E mesmo sem troika, castiga a generalidade com um brutal aumento de impostos.

Atualiza em 25 cêntimos – barbaridade – o subsídio diário de alimentação dos trabalhadores do Estado. Em compensação, revoga a decisão do fim da sobretaxa para janeiro, mantém o peso do IRS sobre as famílias e agrava e cria impostos que fazem verdadeira diferença na vida das pessoas, penalizando indistintamente ricos e pobres. São exemplos os impostos sobre combustíveis, sobre veículos, sobre o crédito ao consumo, de selo nos pagamentos com multibanco, sobre produtos com a natureza do pão, sobre as vistas e a exposição solar no anedótico IMI, sobre o património ou sobre o alojamento local, sendo que o secretário de Estado do Orçamento já admitiu que os recibos verdes também pagarão mais com a revisão ao regime contributivo dos trabalhadores independentes. Mário Centeno diz que o OE 2017 é de “estabilidade fiscal e de Esquerda”. Catarina Martins acha-o “muito pouco” de Esquerda. Na verdade, este orçamento é uma treta.

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