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Último dia de campanha marcado pelas “soluções de dia 5”

Os cenários pós-eleitorais e os derradeiros apelos ao voto marcaram o último dia campanha eleitoral para as eleições legislativas de domingo.

O dia foi aproveitado pelo presidente dos sociais-democratas, Pedro Passos Coelho, num almoço em Cascais, para afirmar que a coligação PSD/CDS-PP está disponível para a “construção de soluções”, mas advertiu que outros não estão, para dramatizar a necessidade de uma maioria parlamentar que evite uma crise política.

No entanto, garantiu que nunca conversou com o líder do CDS-PP sobre a criação de um grupo parlamentar conjunto, mas não excluiu essa possibilidade, se for preciso.

Ainda no PSD, o militante número 1 do partido, Francisco Pinto Balsemão, pediu uma maioria absoluta para a coligação Portugal à Frente e considerou que esse resultado está ao alcance de sociais-democratas e centristas, para uma governação eficiente a bem do país.

Já o presidente do CDS-PP, Paulo Portas, lembrou a Aliança Democrática (AD), quando estava em causa mostrar “que o Conselho da Revolução” não era proprietário da democracia, enquanto hoje PSD e CDS-PP devem impedir que governem “os Syrizas cá do sítio”.

Por sua vez, para o secretário-geral do PS, António Costa, domingo é dia de “acertar contas com o Governo PSD/CDS. Numa arruada, que durou cerca de uma hora e atravessou a conhecida Avenida de Moscavide, Costa interagiu com lojistas e cidadãos, encorajando ao voto no PS no domingo.

Durante um almoço na Cervejaria Trindade, em Lisboa, António Costa teve de interromper o seu discurso, após ter ficado temporariamente sem voz.

Foi nesse almoço que o líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, defendeu que “quer o primeiro-ministro, PSD, CDS e Presidente da República, gostem ou não, vão ter de dar posse a um Governo com António Costa a primeiro-ministro”.

Também no almoço, o fadista Carlos do Carmo, que foi mandatário das candidaturas de António Costa a presidente da Câmara de Lisboa, declarou que o secretário-geral do PS enfrentou uma campanha eleitoral muito dura, com um ex-primeiro-ministro [José Sócrates] preso e uma candidatura presidencial apresentada “nas suas costas”, numa alusão a Maria de Belém.

O líder da CDU, Jerónimo de Sousa, por sua vez, protagonizou uma ligeira inflexão no discurso, passando a reconhecer a eventual possibilidade de triunfo da coligação PSD/CDS-PP, embora sem a maioria absoluta que o povo português lhe retirou, deixando a PàF (Portugal à Frente) sem condições para governar.

“Como assim!? Eles estão lá no Governo porque tiveram mais de 50% dos votos. Agora, a perspetiva, mesmo essas sondagens e indícios, é a de que vão passar de mais de 50% para 30 ou 35%, não sei, agora não interessa muito. Não têm condições para governar porque o povo português lhes retirou a maioria absoluta”, afirmou.

Relativamente ao cenário pós-eleitoral e a futuros acordos com o PS, de incidência parlamentar ou de participação num executivo de esquerda, o líder comunista optou pela cautela, porque “cada coisa tem o seu tempo” e “resultados apressados, geralmente, correm o risco de saírem errados”, pois “ainda falta essa grande questão que é o povo português decidir, no domingo”.

A porta-voz do BE, Catarina Martins, no Porto, passou “a bola” sobre consensos ao PS, questionando se os socialistas já disseram alguma coisa sobre condições do diálogo, garantindo que a defesa das pensões, emprego e Segurança Social não são negociáveis.

O cabeça de lista por Lisboa do Livre Tempo de Avançar, Rui Tavares, defendeu em Lisboa, que na segunda-feira a esquerda tem se unir para “negociar um programa comum” para os próximos quatro anos.

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