O presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), prometeu aos trabalhadores da Triumph Internacional que vai instar o novo Governo a intervir no processo de venda da fábrica de roupa interior.

Em causa está a possibilidade de a empresa alemã encerrar a sua fábrica de Sacavém, Loures, onde trabalham 530 pessoas, caso o processo de venda, que se encontra em curso, não venha a ter sucesso.

Esta tarde, uma delegação composta pela comissão de trabalhadores da Triumph e pelo Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Sul reuniu-se com o presidente da Câmara Municipal de Loures (CDU) para lhe pedir que intervenha junto do Governo para evitar o encerramento da unidade fabril.

“Seria um desastre tanto para o concelho de Loures como para a economia do país. Neste momento os trabalhadores estão muito angustiados e muitos deles até pediram baixa, porque não conseguem suportar o ambiente vivido na empresa”, afirmou no final do encontro, aos jornalistas, a sindicalista Manuela Prates.

Nesse sentido, Manuela Prates transmitiu ao presidente da Câmara de Loures que os trabalhadores pretendem manifestar-se brevemente junto ao Ministério da Economia caso não obtenham uma resposta do próximo Governo, tendo, inclusive, pedido ao autarca apoio logístico.

“Não podemos continuar a assistir à deslocalização das empresas para fora da Europa. Teremos de ter uma resposta do Governo ou os trabalhadores terão de sair à rua e para confrontar o ministro da Economia com esta situação”, apontou.

Por seu turno, Bernardino Soares prometeu aos trabalhadores que vai pedir a intervenção do Governo e sensibilizá-lo para a importância de defender a continuidade da fábrica em Portugal.

“Iremos repetir o que já fizemos com o Governo anterior, porque não podemos assistir passivamente ao encerramento de uma empresa que irá originar o despedimento de mais de 500 pessoas. Seria muito grave”, alertou.

Relativamente ao pedido de ajuda logístico, Bernardino Soares explicou aos representantes dos trabalhadores que teria de verificar a disponibilidade das viaturas municipais.

Numa resposta enviada anteriormente à agência Lusa, fonte da Triumph Internacional disse que a empresa está a avaliar a “alienação da sua unidade de produção em Sacavém para poder garantir a retenção do maior número possível de trabalhadores”.

Na mesma nota, a empresa referiu também ainda que “as vendas e ‘marketing’, que incluem o negócio de retalho, se mantêm como uma prioridade para a Triumph em Portugal e não serão afetadas na sua atividade”.