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Sub-19: o luso-suíço que guarda as redes portuguesas

Joel Pereira, 18 anos, varia entre ser suíço e português no bilhete de identidade, no entanto pouca variação existe na alma e no coração do jovem guarda-redes que aos 16 anos rumou a Manchester para representar os red devils, uma decisão não muito difícil de tomar.

«Viram-me jogar num jogo da Suíça de sub-16, que me correu muito bem, e logo nesse dia soube que havia clubes interessados em mim, um deles o Manchester United. Na altura nem queria acreditar, mas com o passar do tempo vi que era verdade e o difícil foi dizer que não», disse Joel ao jornal A Bola.

Depois disso foi fazer testes, acompanhado pelo pai, e acabaria por ficar. Antes houve um percurso que passou pelos suíços do Neuxatel Xamax, que o obrigava a ficar longe de casa de segunda a sexta e onde regressava apenas no fim de semana. «Teria sido mais fácil se fosse mais perto de casa mas era mesmo aquilo que eu queria…»

Apesar de nunca ter morado, nem sequer nascido, neste país à beira-mar plantado, Joel sente-se um puro lusitano. A irmã, com 26 anos, ainda nasceu em Portugal e o irmão, atualmente com 20, já nasceu também em solo suíço, onde os pais do guarda-redes estão há cerca de 22 anos. Foram para lá na década de noventa, deixando Cabeceiras de Basto para trás, em busca do que tantos outros queriam: uma vida melhor.

E porquê a mudança de seleção entre os sub-16 e os sub-17? «Sempre me senti português. Em casa sempre falámos em português e voltamos a Portugal todos os verões, por isso nunca se perdeu a ligação».

Apesar da distância, é em Portugal que está a família toda de Joel, sobretudo os muitos primos, com quem costuma jogar à bola nas férias de verão, desde muito pequeno. «Tenho uma família muito grande, da parte da minha mãe são nove irmãos e da parte do meu pai são cinco e por isso é muita gente. Às vezes também vimos no Natal e é muito bom», disse. No entanto as visitas a Portugal não são agora tão rígidas na agenda. Isto porque, na Suíça, os pais costumam tirar férias em julho ou agosto e as férias concedidas pelo clube inglês são, à semelhança do que se passa com os restantes clubes, em junho. «Já não vou a Cabeceiras de Basto há dois anos, mas quero ir este ano. Talvez não possa ir com os meus pais, mas ainda vamos ver isso», prometeu, ele que por agora até se encontra em Portugal, na comitiva lusa de sub-19.

No meio de uma família extensa, a altura (1,90 m!) é uma herança que não lhe foi dada pelos pais. «Agora sou o mais alto da família. Mas os meus avós, quer da parte materna quer do lado paterno, eram muito altos, os meus pais já são mais baixinhos».

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