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Santos Silva: muitos portugueses apostam em ficar na Venezuela

O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou que apesar de haver portugueses que estão a deixar a Venezuela, há “muitos que apostam” em permanecer no país e confirmou a intenção de organizar uma cimeira bilateral em junho em Lisboa.

Augusto Santos Silva admitiu um fluxo de regressos, mas afirmou “ter notícia de muitos portugueses que apostam em que as circunstancias mais criticas que agora se vivem (na Venezuela) sejam passageiras”.

“A nossa obrigação é olhar para os problemas que hoje se colocam na nossa comunidade e ao mesmo tempo manter as relações políticas e de cooperação com o estado venezuelano”, disse Santos Silva, reiterando a intenção do Governo de realizar em junho, em Lisboa, uma reunião da comissão mista luso-venezuelana “para que a cooperação económica entre os dois Estados prossiga”.

O chefe da diplomacia portuguesa falava à margem do conselho de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) que decorre em Bruxelas.

A 14 de maio, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, prolongou por 120 dias o “estado de exceção e emergência económica” em vigor desde fevereiro, mas que agora passa a incluir também medidas para “garantir a soberania” perante agressões internacionais.

A oposição considera que o decreto pode restringir garantias constitucionais e aprofundar a intervenção do Estado nas empresas privadas, além de estar redigido de maneira a outorgar a Nicolás Maduro poderes especiais.

Para o Governo venezuelano, o decreto tem como finalidade combater a “guerra económica”, “construir uma Venezuela produtiva e independente” e enfrentar a conjuntura adversa suscitada pela queda dos preços do petróleo, a principal fonte de receitas, em moeda estrangeira, do país.

Santos Silva garantiu hoje que o governo português está a acompanhar a situação “com muita preocupação e muito de perto”, recordando a deslocação do secretário de Estado das Comunidades à Venezuela na semana passada e lembrando que através do embaixador de Portugal na Venezuela há um “contacto estreito, direto, quotidiano, monitorizando a evolução da situação”.

“Acreditamos que no quadro da lei e do regime constitucional venezuelano haja condições para sejam superados os motivos que podem conduzir a um grau indesejável de conflitualidade política e que o país se possa concentrar nos problemas económicos que enfrenta e é nossa expectativa que sejam conjunturais”, disse Augusto Santos Silva.

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