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Ruy de Carvalho distinguido pela Igreja Católica

O ator Ruy de Carvalho foi distinguido com a edição de 2018 do ‘Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes’, atribuído anualmente pela Igreja Católica para destacar um percurso ou obra que refletem o humanismo e a experiência cristã.

A decisão foi anunciada pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

A ata do júri realça o percurso do ator e declamador, de 91 anos, elogiando o seu “sentido exemplar da seriedade profissional” e as “implicações culturais da sua presença no espaço público, daí decorrendo a empatia e a influência positiva exercida na sociedade”.

“A consciência dos poderes do teatro, do cinema e da televisão encontrou sempre em Ruy de Carvalho uma resposta indutora da elevação humana – numa carreira sintomaticamente iniciada em 1942 com O Jogo para o Natal de Cristo e sempre coerente com o humanismo cristão que inspira a sua visão da vida”, pode ler-se na deliberação.

Do júri fizeram parte D. João Lavrador, bispo de Angra e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais; o padre Américo Aguiar, presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença; o padre António Trigueiros, diretor da revista “Brotéria”; Maria Teresa Dias Furtado, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; Guilherme d’Oliveira Martins, administrador-executivo da Fundação Calouste Gulbenkian; e José Carlos Seabra Pereira, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

O júri decidiu, por unanimidade, atribuir a edição de 2018 do ‘Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes’ a Ruy de Carvalho, ator e declamador “com cimeira representatividade nos palcos e nos ecrãs há mais de sete décadas, e como tal distinguido com inúmeros galardões e com altas condecorações do Estado português”.

A sessão de entrega da distinção vai decorrer a 2 de junho, em Fátima, integrada no programa da 14.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura.

O júri do ‘Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes’ destaca o percurso de Ruy de Carvalho desde o tempo de “aluno brilhante do Conservatório Nacional”, que passou pela direção artística do Teatro Experimental do Porto (TEP), a experiência como encenador (Terra Firme, de Miguel Torga) e a “inesquecível interpretação” do Rei Lear, bem como as suas passagens pelo grande ecrã, nos filmes Pássaros de Asas Cortadas (1963), Domingo à Tarde (1965), O Cerco (1969), Cântico Final (1974), Non ou a Vã Glória de Mandar (1990), entre outros.

“Há meio século que a mesma energia interpretativa e comunicativa de Ruy de Carvalho se manifesta no teatro radiofónico e nas telenovelas e séries televisivas, completando uma lição de fecunda longevidade ao serviço do enriquecimento lúdico-cultural de sucessivas gerações de cidadãos portugueses”, sustenta a nota.
Ruy de Carvalho nasceu em Lisboa, a 1 de março de 1927, estreou-se em 1942, numa peça encenada por Francisco Ribeiro (Ribeirinho), e anunciou a reforma em 1998, quando interpretava “Rei Lear”, de Shakespeare, para o Teatro Nacional D. Maria II, mas prosseguiu a carreira durante mais duas décadas, pelos palcos, pelo cinema, pela televisão.
Em 2006, numa entrevista à Agência ECCLESIA, Ruy de Carvalho falou da sua admiração pela figura de São Francisco de Assis e apresentou-se como “um homem de fé e de esperança” e um “cristão da Ressurreição”. “Nunca abdiquei dos meus princípios cristãos”, disse então.

A 1 de março de 2017, aquando do 90.º aniversário natalício do ator, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou Ruy de Carvalho com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.

O ‘Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes’, composto pela escultura ‘Árvore da Vida’, de Alberto Carneiro, e um montante de 2500 euros, foi instituído em 2005 pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, contando desde então com o patrocínio do grupo Renascença Comunicação Multimédia.

Nas edições anteriores o Prémio galardoou o poeta Fernando Echevarría; o cientista Luís Archer S.J.; o cineasta Manoel de Oliveira; a classicista Maria Helena da Rocha Pereira; o político e intelectual Adriano Moreira; o trabalho de diálogo entre Evangelho e Cultura levado a cabo pela Diocese de Beja; o compositor Eurico Carrapatoso; o arquiteto Nuno Teotónio Pereira; o pedagogo e ex-ministro Roberto Carneiro; o jornalista Francisco Sarsfield Cabral; a artista plástica Lourdes Castro; o professor de Medicina e Bioética Walter Osswald; e o encenador e ator Luís Miguel Cintra.

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