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Renault Mégane RS 280 EDC: vai uma corrida?

A Renault conservou o estilo elegante do Renault Mégane convencional, mas tornou-o bem mais largo. As alterações ao nível do design resumem-se aos parachoques mais musculados na dianteira e traseira, divisor dianteiro estilo Formula 1, grelha em favo de mel, saias laterais também mais salientes e faróis de nevoeiro a formar a bandeira “Renault Sport”.

Destaque também para as maiores entradas de ar, saídas de ar nos guarda-lamas dianteiros, difusor traseiro desportivo, escape de dimensões generosas colocado ao centro, saídas de ar também no parachoques traseiro e um spoiler maior do que o das versões convencionais. A sigla “RS” não deixa espaço para duvidas, embora seja fácil de perceber que se trata do “Mégane RS”, principalmente com a cor especial laranja Vulcano. Estas siglas e palavras Renault Sport encontram-se na grelha dianteira, tampa da bagageira e junto às saídas de ar dos guarda-lamas dianteiros.

O estilo exterior é impressionante, sem recurso a elementos demasiado “folclóricos”, o que à partida alarga o público-alvo. Se quer discrição, basta adotar uma cor de carroçaria mais discreta e consegue ir a uma reunião de negócios sem causar um impacto desnecessário, mas convém não ligar o modo Sport ou RS!

No interior a temática desportiva é acentuada pelo pesponto vermelho nos assentos, volante, portas, maneta da caixa de velocidades e apoio de braço. A sigla RS ao centro no volante, um friso “Renault Sport” no tabliê, assentos em alcantara e tecido com inserção R.S, linha guia no volante, duas patilhas da caixa com tamanho generoso e imitação de carbono nos frisos das portas e tecidos contribuem ainda para o “look”.

O Renault Mégane RS é um automóvel com características vincadas de um desportivo, ou não estaríamos a falar de um modelo da divisão desportiva da Renault. Mas não é por isso que é insuportável no dia-a-dia, ou num passeio calmo de domingo à tarde. Apesar da suspensão extremamente firme, o Renault Mégane RS é capaz de transportar os passageiros com conforto: nos lugares da frente o apoio lombar é de excelência, sem se tornar desconfortável, como acontece em alguns automóveis desportivos.

Nos lugares traseiros também se viaja relativamente à vontade sem ter de contratar um osteopata: o Renault Mégane RS é também um automóvel agradável no dia-a-dia. O espaço de bagageira mantém-se igual ao das versões “comuns” com 384 litros de capacidade.

O maior interesse nesta versão face ao sistema de navegação e multimédia é a telemetria onde pode ver a percentagem de aceleração e travagem, a viragem das rodas traseiras devido ao sistema 4CONTROL, temperaturas água e óleo, pressão do turbo, rotações, binário e potência e ainda há um lap timer que indica os tempos por volta e a melhor volta a um determinado circuito. Como é já habitual, o “RS Monitor” tem também um campo que nos dá dicas sobre a condução em circuito. O resto do sistema R-Link 2 é semelhante ao das restantes versões com uma navegação 3D com serviços conectados, trânsito em tempo real, Android Auto e Apple CarPlay, climatização, alteração da visualização do painel de instrumentos e da iluminação ambiente.

É no lugar do condutor que este tipo de automóveis faz mais sentido e o Renault Mégane RS faz realmente muito sentido quando se percebe que, para além de um bom automóvel do dia-a-dia, é um bom “carro de corridas para o dia-a-dia”.

A posição de condução é extremamente desportiva e agradável, o volante é ergonómico com uma pega perfeita e as patilhas da caixa de velocidades tem um tamanho generoso e são fixas como acontece nos automóveis de corrida. É neste lugar que se percebe que tudo está em sintonia, tanto para as conduções mais comedidas, como para o modo “Race”.

Quando carrega no botão “RS” tem duas opções: modo “Sport” ou o modo “Race”. Ambos são semelhantes e pretendem oferecer ao condutor uma experiência de condução visceral, a diferença é que no modo “Race” há que “tê-los no sítio” pois as ajudas eletrónicas são desligadas.

Surpreendentemente este modo não nos quer matar em todas as curvas, pois o Renault Mégane RS é um desportivo cada vez mais acessível a quem quer chegar aos seus limites sem ter uma experiência de condução ao nível de um piloto de corridas para explorar o seu potencial. Esta facilidade de condução deve-se ao excelente chassi, suspensão firme mas também ao “milagroso” sistema “4 CONTROL” que permite abordar as curvas com confiança, sem grandes sustos e “jogos de condução”…

Para além da maravilhosa nota de escape, a direção é deliciosamente direta, o sistema de travagem é incansável com discos de 355mm que raramente acusa fadiga e uma caixa rápida no modo automático e sequencial, já para não falar do motor disponível, graças em parte à resposta do acelerador extremamente eficaz nos modos desportivos e mais comedida nos modos mais “civilizados”.

A suspensão tem batentes hidráulicos de compressão que é como ter um amortecedor dentro de outro amortecedor, o que aumenta a eficácia e rigidez.

A versão ensaiada contava com o chassi Sport mais indicado para todos os tipo de utilização, mas a Renault tem ainda a versão Cup que conta com jantes de 19 polegadas, chassi mais rígido em cerca de 10% e um diferencial autoblocante Torsen.

Todo este conjunto faz querer usar e abusar do Renault Mégane R.S que esconde debaixo do capô um motor 1.8 litros turbo com 280cv de potência às 6000rpm e 390Nm de binário entre as 2400 e as 4800rpm. O arranque do Renault Mégane R.S impressiona, assim como as saídas de curva proporcionadas pela excelente resposta do acelerador, apesar do ritmo diminuir quando se chega às mudanças mais elevadas.

O Renault Mégane atinge os 255km/h e precisa apenas de 5,8 segundos para ultrapassar a barreira dos 100km/h. A potência é enviada para as rodas dianteiras através de uma caixa automática de dupla embraiagem EDC de 6 velocidades na versão ensaiada, mas a Renault decidiu preservar a caixa manual de 6 velocidades para os seus clientes mais “puristas”.

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