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Que guarda Costa…

O PS português não precisa de fazer nada, menos, ainda, o que disse Costa, para se ver à rasquinha para ganhar as Legislativas:

– “Como nós dizemos em Portugal, os amigos são para as ocasiões. E, numa ocasião difícil para o país, em que muitos não acreditaram que o país tinha condições para enfrentar e vencer a crise, a verdade é que os chineses, os investidores, disseram presente, vieram e deram um grande contributo para que Portugal pudesse estar hoje na situação em que está, bastante diferente daquela que estava há quatro anos atrás”.

A liderança frouxa de António José Seguro e a guerrilha de todo inusitada, protagonizada principalmente por António Costa, era suficiente para que não fosse muito difícil à coligação de Direita andar ali à perna ou até ganhar, porque o Povo-Zé não gosta de fazer avaliações e quem está no poder beneficia da máquina oleada.

Cada Povo tem o governo que merece, soe dizer-se cada vez mais. E, de modo pouco entendível, apesar das críticas ao Governo, há quem goste de muitas medidas que toma. Muitos, tradicionalmente, votantes no PS.

Sabe-se que se o PS português ganhar as eleições, as políticas não mudam muito. Em Portugal não temos essa possibilidade.

Qualquer partido que ganhasse as legislativas nunca haveria de fazer nada do que promete, e diria que não contava com as condições que encontrou para governar, como vem sendo lema. O Governo de Sócrates não fez muito melhor – tendo em conta o tempo – que aquilo que está a maioria a fazer. E se houvesse ganho as eleições a Passos, não estaria a fazer nada de muito diferente.

Assim não estranho nada que a coligação volte a ganhar as eleições deste ano.

E a confirmar o meu raciocínio são as sondagens, embora eu não faça, nunca, uma leitura exacta e convincente das sondagens. São meros indicadores. A verdadeira sondagem, com precisão, é nas urnas. Bem se sabe. Ainda que, quem esteja atento, percebe sempre quem vai ganhar.

Assim é, foi e assim será sempre em Portugal. O PS português, mesmo até nas concelhias, não tem prática de solidariedade ou fazer aquilo que a dita Direita, muito em especial o PSD, faz que é varrer para baixo do tapete as quezílias para que os eleitores se não apercebam das situações.

O PS português, antes, faz gala das suas divergências, o que não precisa muito de ser escalpelizado porque tem sido visto.

Quando digo o PS português é porque desde sempre entendo que em Portugal não há um Partido Socialista. Há apenas um PS. E nem estou a considerar que Mário Soares meteu o socialismo na gaveta e nunca fez parcerias à Esquerda. Antes prejudicou a Esquerda e quando precisou não fez por menos que se aliar ao CDS.

O Governo está a aproveitar muito bem o lapsus linguae de Costa, e com a bonomia do ministro da Economia, Pires de Lima.

Noutras circunstâncias que merecem o mesmo desdém mas contra si, não colhem o que se diz. Mas o PS também não. Nem está a saber descalçar esta bota que Costa calçou.

Mário Adão Magalhães, 015/02/27 22,34 h

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