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Psicóloga em seis países diferentes: Ainda sobre os EUA

Um dia convidei o meu professor velhinho, a esposa dele, a minha chefe e o marido dela para irem jantar a minha casa lá. São professores de Harvard mas trato-os pelo primeiro nome.

E cometi uma gafe. O meu professor velhinho tem algumas alergias. Já o sabia desde o tempo da Suíça. E, não é que eu fiz precisamente aquilo que ele não podia comer.

Depois tive que fazer, à pressa, uma feijoada mas, daquelas tipo abro a lata de feijão, ponho uma salsicha e já está uma feijoada. E ele achou fantástico. E está sempre a dizer em todo o lado onde vai que há uma portuguesa que fez uma feijoada em cinco minutos.

Uma coisa que me chateia muito em Portugal é que quando digo para me tratarem pelo nome, há pessoas que começam a abusar. Na cultura americana ou alemã não. O respeito é enorme.

Contudo, lá também nem tudo é um mar de rosas. Eu própria, tive experiências horrorosas, mesmo com o sistema de saúde nos Estados Unidos. Primeiro perguntam-me quanto dinheiro é que tens e depois é que me tratam. E isto passou-se numa das clínicas da rede de cuidados onde eu trabalhava. Portanto, foi um escândalo, quando eu apresentei o cartão da clínica. Até então, eles não sabiam, não me conheciam.

E noutra vez estava com o professor que tinha sido o director do hospital, com este professor velhinho, e foi mesmo um escândalo, estivemos na urgência 4 horas à espera e depois paguei 500 dólares para abrir fazer um raio-x ao maxilar devido a umas dores horríveis que tinha derivadas de muitos voos.

Enquanto lá trabalhei nós tivemos um estudo a decorrer para perceber a interacção entre paciente e profissional de saúde. Se é melhor quando ambos são da mesma cultura, por exemplo, português-português ou basta um americano a falar português com um paciente, um emigrante português. E, ambos, paciente e profissional de saúde, assinam um termo de consentimento em como a interacção é gravada em vídeo. Tudo muito bem. E não é que nós temos vídeos em que o paciente entra e o médico está a escrever um e-mail à mulher a dizer que vai comprar as batatas sim senhora, enquanto o paciente está ali a falar da sua vida.

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