De que está à procura ?

Comunidades

PSD pede “particular proteção” para portugueses da Venezuela

Deputados do PSD defenderam junto do embaixador venezuelano em Lisboa “particular proteção” aos portugueses que vivem na Venezuela e fizeram “um pedido veemente” para que os lusovenezuelanos detidos tenham acesso a apoio diplomático e a defesa.

Os deputados do PSD eleitos pelos círculos de Fora da Europa e da Madeira foram hoje recebidos pelo embaixador da Venezuela em Lisboa, a quem transmitiram “um pedido veemente” para que os “cidadãos nacionais que se encontram presos, na sequência das recentes manifestações” na Venezuela tenham direito “ao necessário acompanhamento diplomático e a todas as garantias de defesa consonantes com as regras do Estado de Direito”.

A informação foi transmitida num comunicado assinado pelos deputados sociais-democratas José Cesário, Carlos Páscoa, Sara Madruga da Costa, Rubina Berardo e Paulo Neves, após o encontro com o diplomata, Lucas Rincón Romero, em Portugal há 11 anos.

Na reunião, os eleitos pediram “toda a atenção possível para com os portugueses” que vivem na Venezuela – cerca de meio milhão de pessoas – e solicitaram “uma particular proteção das autoridades locais para a sua segurança pessoal, dos seus bens e dos seus negócios”.

Os sociais-democratas alertaram para a “importância da cooperação” entre as autoridades portuguesas e venezuelanas para que “os mais carenciados e os doentes tenham acesso a medicamentos e bens de primeira necessidade, que os ajudem a superar as enormes dificuldades com que se debatem”.

“O embaixador da Venezuela reafirmou a sua enorme consideração para com a comunidade portuguesa naquele país, disponibilizando-se para prestar todo o apoio possível à mesma e mostrando um especial empenhamento na relação entre os dois países”, refere a nota do PSD.

Os deputados advogaram ainda a busca de “soluções pacíficas e democráticas que ajudem a superar a crise” na Venezuela, onde 51 pessoas morreram e quase mil ficaram feridas durante manifestações contra e a favor do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, desde o início de abril.

Fontes diplomáticas e policiais adiantaram à Lusa no sábado que subiu para seis o número de portugueses detidos em manifestações, com a prisão, na semana passada, de três cidadãos lusovenezuelanos.

Um cidadão lusodescendente morreu na semana passada, após ter sido atingido por uma bala de borracha no peito, durante um protesto.

A comunidade portuguesa local refere, por outro lado, que entre 90 e 100 estabelecimentos comerciais foram saqueados na última semana, entre os quais restaurantes, supermercados, um centro comercial, armazéns, lojas de bebidas alcoólicas e charcutarias, propriedade de empresários lusovenezuelanos.

As manifestações intensificaram-se desde 01 de abril, depois de o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), divulgar duas sentenças que limitavam a imunidade parlamentar e em que aquele organismo assumia as funções do parlamento.

Entre queixas sobre o aumento da repressão, os opositores manifestam-se ainda contra a convocatória para uma Assembleia Constituinte, feita a 1 de maio último pelo Presidente, Nicolás Maduro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, garantiu hoje que a embaixada e os consulados na Venezuela estão “inteiramente disponíveis” para apoiar os cidadãos detidos naquele país, mas afirmou que ainda não houve qualquer pedido nesse sentido por parte dos próprios ou das famílias.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA