De que está à procura ?

Colunistas

Preito a José Vilhena

Pereceu, em três de Outubro, aos oitenta e oito anos, José Vilhena. Caricaturista, cronista, jornalista e fazedor das suas revistas do principio ao fim: textos brejeiros e caricaturas.

Foi um Bordalo Pinheiro mais contemporâneo.

Em miúdo, da escola primária, tomei conhecimento deste homem peculiar e de muito saber. O meu irmão comprava A GAIOLA ABERTA, logo após o 25 de Abril que lhe deu matéria abundante para caricaturar e desempoeirar, e eu lia ávido.
Mais tarde coleccionei um dos últimos trabalhos mais notáveis que foi O FALA BARATO. Ainda havia criado outra revista tudo de sátira, O CAVACO, assim mais do meu tempo.

Confesso com toda a humildade que aprendi muito através dos seus trabalhos, especialmente n`O FALA BARATO onde as suas sátiras, os seus textos, as suas reflexões eram profundos e puros “pensamentos”.

José Vilhena teve um processo judicial famoso e inusitado: foi processado pela senhora D. Catarina do Mónaco que não gostou de um trabalho que Vilhena fez sobre ela. Acabou em águas de bacalhau.

Cheguei a conhecer pessoalmente José Vilhena, em Lisboa, perto da SPA, aonde eu ia por afazeres que tinha na altura. Tinha um bar de engate. Foi pela manhã que me encontrei com mestre Vilhena e já estava femininamente-acompanhado.

Chegou a andar no seminário, e era precisamente, além da mulher, sociedade e política, a Igreja que ele mais satirizava.

Escreveu dezenas de livros, obviamente ao tempo, apreendidos, que são tipo fotonovelas, ou se quisermos livros aos quadradinhos, vamos lá.

Ao mestre José Vilhena desejo que na dimensão para onde provavelmente irá, que continue a Falar Barato e com A Gaiola Aberta a bater n`O Cavaco e encontre o paraíso como idealizou inúmeras vezes nas suas publicações.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA