Opaca luz que me rende,
nem virtualha arredia
me subjuga e desprende
no toldar dum novo dia
me encanta e lamenta
c’o fulgor de u‘a nova nave
solta-se e corre pela trave
manto que carrego nos ombros,
escuta a minha voz
do mais profundo útero:
encanto vil
serpentes e cortais
venenos imortais
vil amanhã
que me amortalha
insano despertar
que se alevanta
pálido estertor
não é sal é o teu corpo
que espalho pela língua
os teus dedos negros abismos
como os incensos
de Heliafonte
permite que o meu mestre
se ausente
e te torne senhor
JLC
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