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Portuguesa vai passar um mês em Berlim para escrever um conto

A escritora Isabela Figueiredo, autora das obras “Caderno de Memórias Coloniais” e “A Gorda”, começa uma residência literária de um mês, na cidade de Berlim, com o objetivo de escrever um conto.

O projeto apresentado por Isabela Figueiredo para a 3.ª edição da Bolsa de Residência Literária, promovida pela Embaixada de Portugal em Berlim e pelo Camões Berlim, consiste na elaboração de um conto feito com ‘dicas’ dadas por alunos.

“No ano passado, na semana da leitura, visitei uma série de escolas do distrito de Setúbal para falar com as crianças sobre a minha literatura e sobre como se escreve um conto. Pensei em dinamizar uma atividade, propondo-lhes a eles, que me dessem elementos para eu poder escrever uma história”, explica a escritora.

Propôs-se a escrever “contos e novelas” a partir dos dados fornecidos “aleatoriamente” por alunos das escolas que visitou. Uma ideia “muito divertida”, sublinha Isabela Figueiredo, que dará lugar a um livro de contos.

Em Berlim, a autora de “Caderno de Memórias Coloniais” e “A Gorda” espera escrever um desses contos: “Para obedecer aos meus padrões de qualidade, eu sei que demoro um mês a escrever um bom conto”, justifica a autora.

No concurso à bolsa literária, Isabela Figueiredo viu “uma oportunidade de estar em Berlim e de respirar o ar de uma cidade desconhecida”.

“É uma cidade nova, cheia de história, onde muitas coisas se passam culturalmente. A ideia de poder estar em Berlim, um mês, e poder contactar com uma realidade diferente da minha, levou-me a apresentar a candidatura. Porque, para mim, enquanto escritora, estas mudanças de ambiente também me inspiram. Quando estou bloqueada, saio de casa, porque mudar de ambiente inspira-me”, confessa a escritora, nascida em 1963 em Lourenço Marques, hoje Maputo.

“Quando vou para outro sítio, nascem coisas na minha cabeça que não estavam lá, ou estavam lá só em embrião e, de repente, há uma faísca”, conta Isabela Figueiredo.

Está também a meio de um novo romance que deverá ser editado no próximo ano. Apesar de esse trabalho não fazer parte do projeto que a traz à capital alemã, a escritora garante andar sempre “à procura de uma nova oportunidade de criar, como uma raposa anda no pomar à procura das uvas.”

“Eu aproprio-me da realidade, do que tenho à minha volta, portanto não consigo assegurar que isso não vai influenciar o que vou escrever, para já não sei dizer”, confessa Isabela Figueiredo.

A escritora começa a residência literária com uma visita à Feira do Livro de Frankfurt, que termina no domingo.

Isabela Figueiredo vai participar, no próximo sábado, numa convesa sobre a Língua Portuguesa, com os autores Kalaf Epalanga e João Paulo Cuenca, moderada por Michael Kegler.

“Espero que corra o melhor possível, conseguir comunicar com as pessoas de forma a que elas tenham vontade de comprar os direitos dos meus livros, para o mundo germânico e para o mundo em geral. Tenho muitas coisas a dizer e esta é a vida que quero levar”, remata a autora.

A obra “Caderno de Memórias Coloniais” está a ser traduzida para alemão e deverá ser publicada no próximo ano, pela Weidle Verlag (editora Weidle).

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