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Portugal “um destino muito na moda” para os franceses

Numa altura em que muitos fazem as bagagens para férias, um dos destinos para uma estada de fim de semana escolhido pelo jornal televisivo do canal francês TF1 foi Lisboa porque Portugal é um país “muito na moda”.

As palavras são do autor da reportagem, Guillaume Ployé, que, sem falar português, sentiu-se em casa em Lisboa, uma cidade onde “se ouve muito falar francês nas ruas”.

“Portugal é um destino que está muito na moda, particularmente Lisboa. Em França, nos últimos dois ou três anos, há imensas pessoas que vão até lá de férias e que regressam contentes. Como ouvimos falar tão bem de Portugal e de Lisboa, decidimos ir descobri-la e fazê-la descobrir aos telespetadores”, contou o jornalista à Lusa.

A reportagem começa a bordo do “famoso elétrico amarelo” número 28, com um fado de Amália Rodrigues a acompanhar as palavras do jornalista, que propõe uma viagem pelos locais “incontornáveis”, “insólitos” e “baratos” da “cidade das sete colinas”.

“Sim, na reportagem digo que Lisboa não fica nada a dever a outras capitais europeias. Por um lado é uma frase jornalística mas, por outro, é verdade que Lisboa tem uma vida cultural muito desenvolvida e ao nível das artes, cultura, divertimentos, há tantas coisas a fazer e a ver quanto em Londres ou Berlim”, acrescentou o jornalista.

No final da reportagem, Guillaume Ployé apresentou a fatura do fim de semana que ficou abaixo dos 200 euros, com transporte, hotel, refeição, concerto de fado e pastel de nata incluídos, um dos fatores que pode ajudar a explicar o interesse crescente dos franceses por Portugal nos últimos anos.

“É muito barato ir a Portugal. Nos últimos três anos, sentimos este efeito de moda, seja ao nível dos ‘media’, seja ao nível dos que viajam e que têm este entusiasmo em torno de Portugal. Depois, talvez esteja ligado ao aumento de voos a baixo custo”, afirmou o jornalista, sublinhando que “os franceses e os portugueses têm uma longa relação histórica muito fraterna” mas até há pouco tempo “é como se se tivesse esquecido, em França, até que ponto Portugal estava perto”.

Para Marie Charrel, jornalista na rubrica Economia do jornal francês Le Monde, o interesse dos franceses “não é novo, é talvez algo que se reforçou” e que tem sido acompanhado pelo “virar da página da crise em Portugal”, com “uma imagem mais dinâmica” do país e o regresso de “temas mais clássicos, entre aspas, como o turismo ou as ‘start-ups’”.

 

“Não é novo. Sempre houve muito carinho dos franceses por Portugal, temos laços antigos e culturais bastante fortes. É um destino mais em voga há alguns anos devido à abertura das linhas Easyjet e outras linhas para Lisboa, assim como devido a um desinteresse pelo norte de África e a uma redescoberta do património cultural e culinário português”, considerou a jornalista.

Marie Charrel tem acompanhado a evolução da economia portuguesa nos últimos quatro anos e, recentemente, esteve em Felgueiras, Guimarães, Maia e Matosinhos para publicar uma reportagem intitulada “o renascimento das indústrias tradicionais portuguesas”, na qual escreveu que “face à concorrência da China e dos países de Leste, há 20 anos ninguém acreditava no futuro das indústrias lusas do têxtil, da cortiça e do agroalimentar, mas elas transformaram-se e são hoje campeãs da exportação”.

“A ideia era ir ver empresas que têm um bom desempenho nas exportações e contar como é que elas ultrapassaram, não apenas a crise de 2008, mas a crise anterior com a concorrência chinesa e a entrada na União Europeia de países com preços baixos, contextos dolorosos para estas indústrias. As que sobreviveram ficaram mais fortes”, contou a repórter à Lusa.

Num outro artigo, Marie Charrel titulou que “um vento de otimismo sopra em Portugal”, ainda que o país “continue fragilizado por um sistema bancário convalescente e uma dívida pública elevada”.

“Este otimismo era em relação à descida das taxas de juro, mas a economia portuguesa está melhor e é importante dizê-lo, depois de termos falado da crise e da troika durante anos. É bom que digamos quando as coisas estão melhores porque perdemos o hábito de falar disto na Europa”, concluiu.

 

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