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Portugal é país europeu mais afetado mas não tem estrutura profissional

Portugal é o país europeu mais afetado por incêndios, mas não tem uma estrutura profissional especializada para a prevenção e extinção nem programas de prevenção de comportamentos de risco, alertou esta quinta-feira a organização ambientalista WWF.

“Portugal é o país europeu mais afetado por incêndios. Nos últimos 30 anos, é o país com maior taxa de ocorrências por área e onde os incêndios foram de maior dimensão”, apontou hoje a associação presente em vários países, como Portugal e Espanha.

No relatório “O barril de pólvora do noroeste”, apresentado em Lisboa e em Madrid, a WWF refere que os especialistas apontam, “além dos problemas estruturais detetados para todo o noroeste e dos escassos investimentos em prevenção, importantes deficiências na estratégia de extinção”.

Ao contrário de Espanha e de outros países mediterrâneos, salienta, “Portugal não possui uma estrutura profissional e especializada dedicada à prevenção e extinção de incêndios”.

Mas, também “não têm existido programas de prevenção de comportamentos de risco que incluam formação ou procura de alternativas para o uso generalizado do fogo, apesar de a maioria dos incêndios se dever a negligência”, acrescenta a organização de conservação da natureza.

Em média, em Portugal, há mais 35% de ocorrências do que em Espanha e arde mais 20% de superfície, apesar da área agroflorestal ser 80% menor, segundo os dados citados pela WWF.

“De facto, Portugal é o primeiro país da Europa e o quarto do mundo com a maior massa florestal perdida, até ao momento, no século XXI, devido, em grande parte, aos incêndios florestais que assolam o país todos os verões. Em média, por ano, registam-se cerca de 17 mil ocorrências e ardem cerca de 120 mil hectares”, resume.

Os ambientalistas explicam que, o comportamento do fogo mudou, isto é, a maneira como a vegetação arde e como o fogo se propaga, e as alterações climáticas alteraram a distribuição dos incêndios ao longo do ano, com a estação de alto risco de incêndios a não se cingir apenas a julho e agosto, “estendendo-se de maio a novembro”.

O noroeste ibérico, ou seja, o centro e norte de Portugal, Galiza e Astúrias em Espanha, “é de longe a área da Península mais fustigada pelos incêndios florestais”, concretiza a WWF.

Em Portugal, em 2017, dos 16.981 pedidos de auxílio registados até 31 de outubro, 94% ocorreram a norte do Tejo.

“Recorrentemente, distritos como o Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu, bem como a Galiza, Astúrias, Cantábria e Leão ardem em ondas devastadoras, que partem de uma combinação letal de fatores: uma vegetação exuberante, um clima cada vez mais seco e quente durante o verão, o forte abandono rural e da floresta e um uso generalizado do fogo como ferramenta – 56% dos incêndios portugueses têm origem em comportamentos negligentes”, resume a organização.

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