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Portugal deve investir mais na inovação afirma engenheiro português no Luxemburgo

O engenheiro Sérgio Amado, um dos 14 portugueses que trabalham na empresa luxemburguesa Sociedade Europeia de Satélites, que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visita esta quarta-feira, defendeu que Portugal deve apostar mais na inovação e tecnologia.

Em declarações à agência Lusa, este português, de 43 anos, referiu que é essa a mensagem que vai transmitir a Marcelo Rebelo de Sousa quando este visitar hoje a SES, uma das três maiores empresas de satélites do mundo, onde tem previsto um encontro com os trabalhadores portugueses.

“Portugal, como os outros países, tem de apostar na inovação, na tecnologia e tentar tirar algumas lições de outros países. A SES nasceu num ambiente em que não era provável o seu crescimento e floresceu. Foi uma aposta do Luxemburgo em que ninguém apostaria”, disse o engenheiro informático, formado no Instituto Superior Técnico.

Sérgio Amado trabalha há seis anos nesta empresa, na área da gestão de projetos, e conta que um dos últimos trabalhos que fez foi “o desenvolvimento de um teleporto [porto de telecomunicações] no Qatar”.

Antes de chegar ao Luxemburgo, viveu em França, Alemanha e Inglaterra e agora poderá ir temporariamente para países como o Kosovo e o Afeganistão, consoante os projetos que tiver de desenvolver.

Este português diz que escolheu o Luxemburgo por acaso. “Foi muito simples, na nossa indústria do espaço existem alguns sites que são muito conhecidos e eu estava a verificar um desses sites e as exigências coincidiam com a minha descrição e decidi enviar um currículo”, explica.

Questionado sobre o que o faz manter-se no Luxemburgo, o engenheiro refere que a empresa onde trabalha “é uma das três maiores empresas de operadores de satélites, é uma empresa global, mundial, o que faz com que seja um desafio muito interessante”, acrescentando que a empresa tem “projetos variados”, o que motiva os trabalhadores.

A SES tem cerca de 1900 trabalhadores e os portugueses são “quadros médios”, como gestores de projetos ou contabilistas, diz.

Sobre a vida no país, sintetiza: “O Luxemburgo acaba por ser uma ’emigração para totós’ porque há tantos portugueses que é muito simples, quem vai a um supermercado tem os produtos portugueses, consegue encontrar as marcas portuguesas e às vezes até marcas que já não existem em Portugal”.

Questionado sobre se pretende continuar no Luxemburgo, diz que sim, considerando que a vida é “uma questão de oportunidades e de portas que se abrem e se fecham” e “esta foi uma porta muito interessante que se abriu”.

Marcelo Rebelo de Sousa visita ainda o Data Centre – European Reliance Centre Luxembourg East, em centro de armazenamento de dados.

Depois, almoça com o primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, seguindo-se uma conferência de imprensa conjunta.

À tarde, visita a Universidade do Luxemburgo para um encontro com estudantes e professores portugueses e onde será assinado um protocolo entre esta instituição e a Universidade do Porto.

Também hoje, o Presidente visita as exposições “Drawing the World”, no Museu Nacional de História e de Arte, que estará patente até 15 de outubro, e que retrata a história de Portugal e as marcas deixadas pelos portugueses em quatro continentes, e “Coração Independente”, de Joana Vasconcelos, na Catedral do Luxemburgo.

Na quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa continua a visita a título privado e tem previsto participar nos Diálogos com a Comunidade e à tarde, em Wiltz, a cerca de 65 quilómetros da capital luxemburguesa, na 50.ª procissão em honra de Nossa Senhora de Fátima.

Segundo dados oficiais, residem no Luxemburgo cerca de 100 mil portugueses, que representam 16,4 por cento da população daquele país.

 

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