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Plataforma online para dar abrigo a refugiados em França está a ser um sucesso

Uma plataforma online para dar abrigo a refugiados teve, em setembro, um “sucesso inesperado” em França, com dez mil pedidos para alojar pessoas, disse à lusa Alice Barbe, uma das codiretoras da associação Singa France.

Apesar do número significativo de inscritos no mês passado, o dispositivo “CALM – Comme à La Maison” ainda só deu teto a cerca de 50 refugiados na região de Paris porque as pessoas que abrem as portas de sua casa devem receber primeiro uma formação e conhecer aqueles que vão albergar.

“Durante o verão, apenas 20 famílias se inscreveram para receber refugiados e, em setembro, recebemos dez mil propostas de alojamento, ou seja, dez mil pessoas que querem abrir as portas aos refugiados. Num mês conseguimos alojar 50 pessoas ou famílias de refugiados”, contou à Lusa Alice Barbe, de 28 anos.

A Singa France é uma ONG criada há três anos para desenvolver projetos com refugiados, sendo composta por um núcleo de dez pessoas – todas com menos de 30 anos – que recebem por dia “cerca de 800 emails”.

A plataforma CALM foi lançada a 20 de junho mas, para já, a inscrição apenas se faz através do ?site’ da associação Singa France, uma vez que a página internet e a aplicação para “smartphone” só deverão estar prontas em dezembro.

A inscrição nesta rede digital de alojamento passa por preencher um perfil em que tanto o refugiado quanto a pessoa que oferece teto devem detalhar a profissão, os passatempos, o número de pessoas a alojar e durante quanto tempo. Só depois é que a associação os coloca em contacto.

O princípio baseia-se na solidariedade e “funciona mais como o ‘CouchSurfing’ do que como o ‘Airbnb’ porque o alojamento é gratuito”, explicou Alice Barbe, sublinhando que “se o refugiado quiser contribuir para despesas como a alimentação pode fazê-lo porque com o estatuto de refugiado, a pessoa acede ao mercado de trabalho em França e tem direito a um mínimo de subsídios”.

Alice Barbe explicou, ainda, que a plataforma só aceita pessoas que conseguiram o estatuto de refugiado, o que torna o “processo totalmente legal”, dado que em França não se pode alojar migrantes clandestinos em casa.

A associação Singa France tem delegações em Marrocos, na Alemanha, na Austrália e no Canadá, e está disponível para estabelecer parcerias com outros países europeus, como Portugal, convidando os interessados a contactarem a associação.

 

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