O ministro dos Negócios Estrangeiros disse hoje que a “situação insustentável” dos funcionários públicos no estrangeiro gerada pela desvalorização do euro face a moedas como o franco suíço ou a libra deverá ficar resolvida em breve.

Em declarações à agência Lusa à margem da 28.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos, Rui Machete referiu que esta situação “não deve demorar muito [a resolver-se] porque justamente se reconhece que é insustentável”, mas disse não ser possível avançar ainda uma data.

“O Governo reconheceu que é necessário acudir a esta situação e já tomou a resolução de a corrigir através dos mecanismos financeiros apropriados”, disse o ministro.

A desvalorização do euro face a outras moedas levou à redução do salário dos funcionários públicos no estrangeiro em países como Suíça, Reino Unido e Noruega.

No mês de fevereiro, os funcionários na Suíça receberam os salários sem ajuste cambial, de acordo com uma fonte da função pública que pediu o anonimato.

A mesma fonte indicou à Lusa que “colegas receberam um salário apenas suficiente para pagar a renda de casa e não sobra mais dinheiro para o resto das contas”.

Segundo a fonte, os trabalhadores estão “indignados pela falta da sensibilidade para compensar de alguma forma estes salários miseráveis” e sentem “um abandono total por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros”.

De acordo com Rui Machete, “o Ministério das Finanças está a efetuar os cálculos necessários para reajustar os valores, os quais variam de país para país”.

Em janeiro, o Banco Nacional Suíço decidiu abandonar a taxa de câmbio fixa de 1,20 euros sobre o franco suíço, aplicando agora a cotação normal da moeda.