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O racismo e a xenofobia de vez em quando espreitam

Ultimamente as redes sociais têm sido autênticos anfiteatros de palavras de revolta. Começamos por discutir o bullying que já vendeu que se fartou. Discutimos a educação dos jovens, que voltou a tocar na ferida do bullying. Entretanto as massas viraram-se para a violência da justiça portuguesa, nomeadamente para a actuação da força policial no passado Domingo. Até aqui tudo bem, as opiniões foram várias, já quase toda a gente deu o seu ponto de vista e até agora, julgo que já não há um único português que não tivesse dado o seu juízo de valor. Tudo normal, portanto.

Contudo, ontem no programa Discurso Direto da TVI 24, um programa de opinião pública, houve uma telespectadora que colocou um novo tema em foco e que já originou um novo vídeo viral. A participante em questão, Maria Leonor Dias, de 54 anos e reformada, comentou as imagens chocantes do pai que foi brutalmente espancado em Guimarães em frente à sua família. Até aqui tudo bem, porém, logo de imediato lançou uma questão que quase enviou toda a gente que teve a oportunidade de assistir ao momento, talvez o século passado. A questão foi a seguinte: “Porque é que só batem nesta gente, porque é que não batem em pretos e em ciganos? Era essa a pergunta que eu queria fazer, porque deles, eles fogem”.

Confesso que foi um momento interessante, logo a começar pela reacção da jornalista que estava a moderar o espaço, mas também pela forma como a participante Maria Leonor Dias, que me conseguiu fazer pensar em que século a senhora está a viver. O tema xenofobia e racismo têm sido ignorados e até nem tem estado em foco nos últimos anos em Portugal, mas tenho reparado, que no fundo há ainda muito por esclarecer e trabalhar. Como é que estão os níveis que racismo em Portugal?

Sei perfeitamente que há quem coloque pequenas peças de barro com aparências de sapo à entrada de estabelecimentos, há quem diga que afasta os ciganos, e há ainda quem pense que as pessoas de raça negra são um dos principais culpados pelo vandalismo nos principais bairros de Lisboa. Mas estamos no século XXI e esses pensamos e atitudes já não deviam existir. Generalizar casos isolados sobre estes temas, normalmente geram revolta e até me levam a pensar que de facto, ainda temos muito que evoluir. Há ainda um longo percurso a percorrer na educação das crianças e dos jovens, e isso têm de ser praticado tanto em casa como na escola.

Não deixa de ser engraçado que o povo português apesar de ser dos que mais usa e abusa da emigração tenha ainda este tipo de atitudes. Isso faz-me imensa confusão.

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