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O legado mural de Trump

Cada presidente deixa o seu legado moral aos seus sucessores, à sua nação e ao seu povo. Assim, corria o ano de 2004, quando por ocasião do evento de assinatura do orçamento militar, com vista ao reforço do combate ao terrorismo, George W. Bush, Presidente dos EUA, deixou o seu legado moral: “Os inimigos dos EUA nunca deixam de pensar em novas formas de prejudicar o nosso país e o nosso povo; nós também não”.

Esta mensagem deve ter ficado a bater na cabeça de Donald Trump este tempo todo e eis que, passados 13 anos, temos Trump na presidência da nação mais poderosa do mundo, empenhado em dar corpo ao legado moral de George W. Bush: “nunca deixar de pensar em novas formas de prejudicar o nosso país e o nosso povo”.

Bem… mas como Trump não é lá muito bom com legados morais, preferiu antes investir e oferecer aos seus sucessores, à sua nação e ao seu povo um legado mural, o que é mais ou menos a mesma coisa, senão vejamos: a consequência do legado moral de George W. Bush foi a criação do Estado Islâmico, na sequência das guerras em que os EUA participaram no Médio Oriente, com a desculpa esfarrapada das armas de destruição massiva.

Moral da história: À conta de George W. Bush há muita gente a perder a cabeça. Com Trump passa-se mais ou menos a mesma coisa mas ao contrário, pois é Trump quem perde a cabeça: com os jornalistas, com os muçulmanos, com os juízes, com os artistas em geral, com a Meryl Streep em particular, com os mexicanos, etc. etc.

Até fico admirado como é que Trump consegue manter aquele penteado excêntrico (excêntrico porque sai fora da circunferência inscrita ao seu crânio) em cima de uma cabeça que deve passar a maior parte do tempo na secção “Perdidos & Achados” de uma esquadra de polícia.

É por isso que Trump quer deixar o seu legado mural: para que a sua cabeça, que anda quase sempre perdida, não passe acidentalmente para o outro lado da fronteira, não fossem os mexicanos fazer sabe-se lá o quê com ela… macumba ou magia negra. E então logo com a cabeça de Trump que é dada aos ideais de supremacia branca.

Obama deixou aos seus sucessores, à sua nação e ao seu povo um importante legado moral: a preocupação com o outro, nomeadamente através da criação do “Obamacare”, possibilitando às franjas mais desafortunadas da população norte-americana o acesso aos cuidados de saúde. Trump mal chegou ao poder, a primeira coisa que fez foi acabar com o “Obamacare” porque para ele a América está em primeiro lugar do que o outro! Era a mesma coisa que o próximo presidente, por exemplo Arnold Schwarzenegger, mal chegasse ao poder, ordenasse logo a destruição do muro que Trump construiu na fronteira entre os Estados Unidos e o México.

Só aqui para nós, acho que Arnold Schwarzenegger até deitava abaixo o muro sozinho em menos de uma semana. Percebe-se portanto porque é que Trump tem vindo a insistir tanto na construção do muro, pois à falta de “Legado Moral”, uma vez que a moral e as (boas) ideias não são o seu forte, Trump, como construtor que é, optou por deixar o seu “Legado Mural” para a história da (des)Humanidade…

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