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O cão do juiz

© DR

A língua portuguesa tem destas particularidades, as quais propiciam alguma confusão para quem lê ou para quem interpreta o que se quer transmitir.

Significa,por conseguinte, que eu possa estar perante um nominativo que seria a palavra “cão” seguido dum genitivo de posse que seria “do juiz”.

Não sou um perito em língua latina, mas segundo o ponto de vista dos casos nas declinações, eu não estarei a chamar “cão” ao “juiz”

O certo é que a entoação de voz na pronúncia da frase poderia realmente dar a entender que o juiz era um cão.

Não me admira absolutamente nada que os fanáticos amigos de José Sócrates considerem o juiz do seu caso como um cão.

Voltemos ainda ao cão pertencente ao juiz do caso Sócrates. O pobre animal foi vítima de uma vingança sórdida.

Poderemos admitir duas situações relativamente ao envenenamento do mais fiel amigo do homem. Certamente o mais fiel amigo do juiz.

Admitamos que há gente interessada na condenação do ex-primeiro-ministro e o envenenamento do animal seria como um argumento para criar no juiz um sentimento de ódio contra o suspeito de corrupção.

Poderemos também admitir que o envenenamento do pobre fiel amigo é um sinal para que o juiz tenha juizo e não vá ao ponto de criar as condições legais para punir o ex-PM socialista.

Neste nosso pais do regime da Abrilada todos os cenários são possiveis.

Quando um ex-Presidente da República ameaça o juiz para que se cuide, o que poderá pensar-se, quando o sinal é dado pelo envenenamento do pobre cão, propriedade do juiz?

Portugal não é a Itália da máfia, onde o juiz Falcone foi vítima de atentado.

Os pseudos brandos costumes dos portugueses são negados quando assassinaram D. Carlos, quando liquidaram Sidónio Pais ou Humberto Delgado ou bombas foram postas para matarem Salazar, para não citar outros exemplos menos espectaculares.

Concluiremos que há forças interessadas no castigo do ex-PM como existem outras forças que tudo fazem para ilibar um possível corrupto.

Ser juiz num tal caso até é perigoso possuir um simples fiel amigo.

Uma realidade não sujeita a qualquer especulação política é pura e simplesmente o envenenamento do cão pertencente ao juiz.

Estou convicto que também teriam gostado de envenenar o cão do juiz, considerando para esses que tal juiz é um cão.

O que faz o jogo das palavras!

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