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Número de guias-intérpretes no Porto insuficiente face a crescimento turístico

Responsáveis de agências de viagens do Porto queixaram-se, esta quinta-feira, à Lusa de que o número de guias-intérpretes não acompanha o crescimento do turismo na região, posição corroborada pelo sindicato do setor.

De acordo com dados sindicais, existem no Porto “entre 60 a 65 guias-intérpretes oficiais”, mas são insuficientes para as necessidades.

As agências de viagens concordam e Cristina Gouveia, da Citur, e Sandra Nunes, da Abreu, concordam que “a procura supera a oferta” quando se está a falar de “pedidos de última hora”.

“Em setembro, chegámos a estar uma semana à espera para ter um guia-intérprete para ficar com um grupo”, contou à Lusa a gestora de grupos Sandra Nunes, para quem os episódios de indisponibilidade dos guias, sem serem normais, “são cada vez mais frequentes”.

No “calendário das ansiedades”, maio e junho e setembro e outubro equivalem-se a “dores de cabeças” para as agências de viagens, revelando Cristina Gouveia que “com frequência recorreram a guias de Lisboa para suprir o que vai faltando no Porto”.

“Noutros casos, contratámos pessoas com formação na área do turismo, que falam línguas estrangeiras, para fazerem trabalhos específicos, o que não quer dizer que sejam os denominados guias-piratas”, esclareceu a diretora da Citur.

Sandra Nunes recusou à Lusa alguma vez ter “recorrido aos guias não qualificados para resolver um pedido de última hora”. Explicou que alguns desses pedidos “tiveram de ser recusados”, numa conjuntura que, admitiu, “poderá manter-se até final de outubro”.

Com o “low-cost” e as campanhas promocionais a trazer cada vez mais gente ao Porto, explicou Cristina Gouveia, “é extremamente complicado dar resposta uma vez que os guias não cresceram na proporção da subida do turismo”.

Paulo Cosme, secretário-geral do Sindicato Nacional da Atividade Turística, Tradutores e Intérpretes (SNATTI), disse à Lusa que “há no Porto entre 60 e 65 guias-intérpretes qualificados”, um número que, reconheceu, “fica aquém das necessidades em períodos de maior trabalho”.

“Tem sido complicado, em alguns casos, dar resposta, mas estamos a falar de situações pontuais”, disse, concordando serem os pedidos de última hora os geradores dos “desequilíbrios” entre a procura e a oferta.

“Se tivéssemos mais uma dezena de guias ficávamos com o problema resolvido”, frisou o também guia-intérprete no Porto e um dos responsáveis pela avaliação anual que faz a qualificação dos guias-intérpretes para o exercício da atividade em Portugal.

Em 2015 apresentaram-se 35 candidatos ao SNATTI, que aprovou 20, e este ano as candidaturas fecham em outubro.

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