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Não me falem sobre religião; falem-me somente de DEUS!

Já me antecipando àqueles que acusam, julgam e condenam sem colher provas (neste caso também quem define sua conclusão ao ler apenas a primeira linha ou lê tudo mas não sabe interpretar), tenho parentes e amigos evangélicos e conheço três pastores  que são mentalmente sadios e não se classificam entre os deste artigo. Ainda há exceções, felizmente.

Há muitos anos sou constantemente abordado nas ruas, na porta de casa (às vezes me acordam aos domingos antes do sol nascer), nas praças, dentro dos ônibus, em diversos lugares por evangélicos carregando bíblias e folhetos das mais diversas igrejas. Todos tentam me convencer a visitar seus templos e ouvir o sermão dos seus pastores. Até aí tudo bem, tudo normal, pois a propaganda é essencial para a venda.

Outro dia ouvi de um evangélico que os católicos adoram imagens e que isto é um absurdo. Quase ninguém adora imagens, elas são simplesmente a representatividade de algo, assim como uma fotografia. Faz bem olharmos a foto de um ente querido que está distante ou que já morreu e isto não é adoração: é simplesmente saudade.

Pior do que “adorar imagens”, é o fiel deixar seu filho passar fome e frio, enquanto doa sua casa, seu carro, seus móveis, suas roupas, suas joias, seu dinheiro para as igrejas (e não estou aqui falando dos 10%, mas do salário inteiro e até mais), para o pastor trocar seus carros importados e suas casas a cada ano, usar ternos finíssimos, comer caviar, fazer sua viagem de lazer quando sente vontade, matricular seus filhos nas melhores escolas particulares. Pesquisem sobre a vida financeira de um pastor desde o início da sua “carreira” e façam uma comparação com a maioria dos seus fiéis para saberem do que estou falando. Pouquíssimos, honestos, levam a mesma vida de antes.

A maioria destes fiéis tenta me convencer que sua igreja é melhor do que a que frequento e preciso confessar que acho graça ao ouvir suas vãs tentativas de convencimento.

Na simpática igrejinha do lado da minha casa, onde sempre sou muito bem recebido e me sinto muito bem, não me pedem dinheiro nem me barram a entrada se não posso fazer doações em bens materiais ou dinheiro. Também não vejo cenas espetaculares com o padre gritando, saltando e babando, pressionando as cabeças de alguns fiéis previamente selecionados, fingindo curas momentâneas. É curioso como quase todos os testemunhos de fiéis que se dizem “resgatados” pela igreja se apresentam como ex-ladrões, assassinos, estupradores e afirmam que hoje estão muito bem de vida e arrependidos da vida que levavam. Não me recordo de ouvir alguns destes “fiéis arrependidos” confessarem que nunca se desviaram dos bons costumes antes de se tornarem evangélicos.. Quase todos eles já estiveram envolvidos em delitos gravíssimos. Os demais são a exceção, ou as boas ovelhas, aquelas da quais eu disse que conheço algumas.

Muitos pastores prometem aos fiéis a cura, a salvação, o perdão dos pecados, a riqueza, mundos e fundos em encontros com Deus, com data, lugar e hora marcados. “Deus estará lá, mas somente neste dia e exclusivamente para quem não faltar!” Parece que somente estes pastores têm o endereço, o e-mail e número do celular de Deus, Lhe falam quando bem entendem e Ele os atende prontamente, aceitando comparecer ao “encontro com Deus”. Pobre de quem adoecer, bater o carro, se atrasar por alguma razão inesperada e não estiver no evento.

Em todo meio, assim como na religião — e nela principalmente — há uma multidão de usurpadores da ingenuidade humana, indivíduos que, usando do nome de Deus, tudo fazem para amealhar riqueza. Não pensem os evangélicos (não os fiéis que são levados ingenuamente a crer nos sermões dos pastores, especialmente aqueles que manipulam as multidões usando as sagradas escrituras) que são melhores, mais confiáveis, mais “direitos” que os padres católicos, ou que seus templos são melhores que os da Igreja Católica.

Quase todos e este quase ainda me leva a crer que haja exceções os que vivem da palavra de Deus, católicos ou evangélicos, principalmente estes que a comercializam, que banalizam a Bíblia para encher os seus bolsos, comprar mansões, fazendas, empresas, aviões, estes milagreiros de plantão das tevês, das rádios, dos jornais, dos templos, são mercenários, ladrões da credulidade, assassinos da alma, usurpadores da inocência dos que, antes de crerem nos pastores e pastoras, acreditam ver nas palavras e nas faces destes mesmos pastores e pastoras a palavra e a face de Deus.

Estes homens e mulheres, pastores e pastoras posicionam-se nos majestosos palcos, sempre estrategicamente construídos acima dos fiéis e gesticulam, choram, gritam roucamente, com suas vozes embargadas, falsamente emocionados, São magníficos atores de peças que não me atraem e jamais me atrairão, atuando em palcos onde atores e atrizes genuínos poderiam trabalhar honestamente.

Uma pena que a mente humana seja tão facilmente manipulável. Uma pena que as pessoas acreditem em palavras distorcidas, em falsas promessas, doando seu tempo, sua fé, sua crença, seu dinheiro, sua vida para estes falsos representantes de Deus.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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