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Musicando

Não consigo viver sem música. Há quem não consiga viver sem comer bem, ou sem beber muito. Eu, sem nunca renunciar a nenhumas dessas necessidades básicas, considero que, na minha vida, a convivência com a música é muito mais importante que qualquer um desses actos tidos como capitais para a nossa sobrevivência. Percebendo que esta não é uma afirmação de fácil digestão, penso que a sua razão de ser está na repulsa que sinto por este conceito e pelos seus aderentes. Em momento algum serei um sobrevivente, aceitarei que a minha vida seja apenas uma junção dos actos que lhe são básicos. Nunca viverei para sobreviver. Daí o meu gosto pelos acordes, rimas e ritmos, solos e refrões, pelo timbre distinto que estes dão à nossa vida.
O facto de poder acordar com música, deixa-me com força para sentir o resto do dia que se aproxima de uma forma mais viva e intensa. Penso que toda as nossas experiências devem ser todas elas música, devemos tentar viver musicando. Cada segundo que passa é uma nota que flui, que dá cor ao ar que respiramos, por isso é tão importante que queiramos que os nossos dias sejam sinfonias perfeitas, cancões inabaláveis, com refrões intermináveis. É apenas uma forma de contemplar o viver. Estou certo que não é das formas mais produtivas e eficientes, pois não entra no discurso do mérito e da excelência, não há acorde que resista a esse discurso. Para mim, a música não é uma forma de sucesso, é uma forma de felicidade, é uma lágrima afortunada que perpassa por meio da nossa pele crescentemente enrugada pelo suceder dos dias.
Por tudo isto, penso que nos devemos agarrar a ela com todas as nossas forças, pela qualidade que esta empresta ao nosso viver, tendo sempre consciência que um acorde de Satriani ou um solo de Santana têm o poder de nos elevar, de nos mudar, de nos fazer querer viver, com cada vez mais intensidade, saboreando ao máximo aquilo que nos faz realmente felizes. Com ânimo, alma e brilho.

https://youtu.be/KrQGzBoYKAg

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