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Mudança global do clima manifesta-se nos fogos em Portugal

A natureza cada vez grita mais, deixando na paisagem as marcas da dor das populações e, no ar da recordação, a amargura do luto e do fumo. A felugem dos fogos cobriu os telhados das nossas casas, chegando a entrar por portas e janelas a avisar que o problema é de todos nós.

Cada vez mais nos tornamos testemunhas de períodos de seca alongados, instabilidades climáticas, fogos, ciclones e inundações. Incêndios monstruosos assolaram Portugal provocando 64 mortos em junho e 42 em outubro; na Galiza houve também 4 mortos e na Califórnia 31.

Temos que alargar o passo para acompanharmos a mudança e assim podermos mudar-nos com o clima, para podermos antecipar-nos a muitas das catástrofes e assumir novas atitudes e decisões.

É preciso dar-nos conta da mudança no clima. O Glaciares com o degelo das regiões polares, embora distantes, já se fazem sentir nas nossas praias com o aumento do nível do mar, com desertos e tempestades.

Observamos uma mudança na natureza que além de ser determinada pela radiação solar e fenómenos naturais, também se deve à maneira agressiva como o Homem se comporta em relação à sua companheira Terra e , além disso, a energia criminosa em acção.

O aumento da temperatura global torna-se decisivo nas alterações climáticas. O seu fator mais importante vem da produção de gases de efeito estufa, como o dióxido de carbono CO2 proveniente principalmente da queima de combustíveis fósseis, desflorestação, etc.

A mudança climática além das calamidades regionais, fortalece as desigualdades regionais existentes.

O Qatar produz 35,77 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, por cabeça; a Arábia Saudita produz 17 toneladas, os EUA 16 toneladas, o Canadá 16 toneladas, a Alemanha 10 toneladas, Portugal 4,71 toneladas, Brasil 2,19 toneladas, Tanzânia 0,2 toneladas, Angola 0,16 toneladas. O dióxido de carbono ajuda a aumentar a injustiça que, embora favorecedora de alguns, é distribuída por todos.

O povo português, embora paciente, manifestou-se contra a avalanche dos incêndios e o governo reagiu com 11 medidas contra fogos; antes tinha havido o Relatório de Outubro 2017 sobre os incêndios e o puxão de orelhas do Presidente ao governo.

Não chega mover os mecanismos de solidariedade, é urgente mudar de mentalidade. A plataforma eletrónica para gerir donativos às vítimas de Pedrogão registou grande solidariedade por parte dos cidadãos.  Resta, além da solidariedade com donativos muitas outra iniciativas  concretas a nível individual e colectivo, como plantar árvores, etc.

Quem desejar comparar as emissões de dióxido de carbono a nível mundial pode clicar aqui.

As mutações climáticas são de responsabilidade individual, nacional e mundial. A nível de poluição, os habitantes dos países mais pobres são os mais limpos, mas aguentam no corpo com as sujidades que advêm da nossa riqueza.

António Justo

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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