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Morreu o embaixador José Fernandes Fafe

O ministro da Cultura manifestou o seu “profundo pesar” pela morte do embaixador José Fernandes Fafe, “poeta, romancista, diplomata e um grande homem de cultura e de reflexão política”.

“Perde-se um grande intelectual e uma figura das letras, que possuía uma visão extremamente culta da política e do mundo”, refere Luís Filipe Castro Mendes, numa nota enviada à agência Lusa e em que exprime ainda “o grande respeito, estima e consideração” pelo falecido.

José Fernandes Fafe foi embaixador de Portugal em Cuba, logo após o 25 de abril de 1974 – por nomeação política -, tendo, depois disso, permanecido na diplomacia como embaixador de Portugal no México (entre 1977 e 1980), em Cabo Verde (de 1983 a 1989) e na Argentina (entre 1989 e 1992).

Conforme recorda a nota do Ministério da Cultura, José Fernandes Fafe, que é pai do jornalista José Paulo Fafe, desempenhou com distinção estas funções diplomáticas e escreveu sobre Cuba textos do maior interesse e inteligência política.

A nota de pesar do ministro da Cultura termina com a apresentação de sentidas condolências à família de José Fernandes Fafe.

José Fernandes Fafe morreu, aos 90 anos, e o seu funeral realiza-se na terça-feira, em Lisboa, no cemitério dos Olivais.

José Fernandes Fafe, nascido em 1927, foi o primeiro embaixador português em Havana após o 25 de Abril de 1974, até 1977, nomeado pelo então ministro dos Negócios Estrangeiros e líder histórico do PS, Mário Soares.

Enquanto diplomata em Havana, conheceu o líder histórico cubando Fidel Castro, sobre quem escreveu o livro “Fidel”, editado pela Temas e Debates, em 2008.

Foi autor de várias obras de poesia, romances e ensaios, incluindo uma biografia sobre Ana Maria Silva Pais, “Annie”, a filha de Fernando Silva Pais, o ex-diretor da polícia política da ditadura, a PIDE, com o título “Annie, uma portuguesa na revolução cubana (2008)”, que foi viver para Cuba em 1963.

Ainda durante a década de 60, publicou uma biografia de Che Guevara, editada primeiro em Itália, e só publicada em Portugal após a queda do regime, em 1974.

Em 1963, viajou até Cuba, acompanhando Mário Soares, que entrou no país com passaporte falso, como escreveu o jornalista José Pedro Castanheira no Expresso, após a morte de Fidel, em dezembro de 2016.

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