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Milagre reconhecido pelo Vaticano torna canonização dos pastorinhos mais provável

O bispo de Leiria, António Marto (C), ladeado pela posteladora da causa dos pastorinhos, Francisco e Jacinta Marto, Ângela Pereira da Silva, e pelo reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, falam aos jornalistas durante uma conferência de imprensa sobre o anúncio do reconhecimento pela Santa Sé do milagre atribuído aos pastorinhos Francisco e Jacinta, Leiria, 23 de março de 2017. O milagre hoje aprovado pelo papa e que abre em definitivo o caminho à canonização de Francisco e Jacinta foi a cura de uma criança brasileira em 2013. PAULO CUNHA/LUSA

O processo de canonização dos pastorinhos de Fátima Francisco e Jacinta, que teve esta quinta-feira mais um avanço com a aprovação de um milagre pelo papa, prolonga-se há 67 anos, desde 1950.

Beatificados pelo papa João Paulo II, em Fátima, 50 anos depois, em 13 de maio de 2000, a canonização dos dois irmãos estava dependente da aprovação, pelo papa, do milagre que foi hoje anunciada pela sala de imprensa da Santa Sé.

Francisco e Jacinta faleceram ainda crianças, pouco depois de, com a sua prima Lúcia de Jesus (1907-2005), terem estado na origem do fenómeno de Fátima.

Oriundos de uma “humilde família” de Aljustrel (na paróquia de Fátima, concelho de Ourém), no seio da qual “aprenderam a doutrina cristã”, as duas crianças começaram a pastorear o rebanho dos pais em 1916, atividade no âmbito da qual vieram a assistir às “aparições” de um anjo, nesse ano, e da Virgem Maria, no ano seguinte.

Em 1917, Jacinta Marto, sétima e última filha de Manuel Pedro Marto e de Olímpia de Jesus, tinha sete anos (nasceu em 11 de março de 1910) e o irmão (Francisco), penúltimo filho do casal, oito anos (11 de junho de 1908), refere a página eletrónica do Santuário de Fátima, a propósito das suas biografias.

No outono do ano seguinte, Jacinta foi atingida pela “epidemia da gripe espanhola”, sendo, alguns meses depois internada no hospital de Ourém (então designada Vila Nova de Ourém) e, mais tarde, no início de fevereiro, no Hospital D. Estefânia, em Lisboa, onde faleceu (20 de fevereiro de 1920), pouco antes de completar dez anos de idade.

A mesma epidemia bronco-pneumónica também afetou Francisco Marto, que faleceu antes da irmã (04 de abril de 1919), cerca de dois meses antes de completar 11 anos de idade.

Em 1950, o então bispo de Leiria, José Alves Correia da Silva, recebeu “licença, da Sagrada Congregação dos Ritos, para organizar o Processo Diocesano sobre a fama de santidade, virtudes e milagres” dos dois pastorinhos, cuja “heroicidade das virtudes” foi reconhecida por João Paulo II, que lhes concedeu o título de ‘venerável’ em 13 de maio de 1989.

Onze anos mais tarde, em 13 de maio de 2000, durante a sua terceira e última deslocação ao Santuário de Fátima (as outras visitais ocorreram em 1982 e em 1991), o mesmo papa beatificou as duas crianças, que agora estão mais próximas da canonização, com a decisão do atual líder da Igreja Católica, Jorge Bergoglio, hoje anunciada pela Santa Sé.

A cura da criança brasileira, agora considerada milagre pela Igreja Católica, permitirá tornar santos os dois beatos de Fátima.

Com a canonização, os dois beatos poderão ser os mais jovens santos da Igreja Católica.

O papa Francisco visita Fátima de 12 a 13 de maio, no âmbito das comemorações do centenário das “aparições”.

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